Compartilhe:

Avançamos, mas ainda temos caminho pela frente: o cenário dos programas de aceleração de impacto social no Brasil

A poucas semanas do início do novo Ciclo de Aceleração do BrazilLAB, evento em São Paulo apresentou resultados de pesquisa com aceleradoras pelo país e pelo mundo e trouxe BrazilLAB como destaque no relatório publicado.
Em 30 de August de 2019

Qual é o panorama atual da aceleração de startups no mundo? Quão efetivas de fato são as iniciativas para as empresas? E aqui no Brasil, em que pé estamos? Para responder essas perguntas, a Social Enterprise @ Goizueta da Emory University (EUA) e a Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE) criaram a Global Accelerator Learning Initiative (GALI), em colaboração com um consórcio de investidores públicos e privados. 

O objetivo é coletar e analisar dados de programas de aceleração ao redor do mundo. Em evento realizado recentemente em São Paulo, especialistas do ANDE e líderes de programas de aceleração compartilharam suas visões sobre a situação atual. E foi em boa hora, já que em breve terá início o 4o ciclo de aceleração do BrazilLAB.

A primeira apresentação foi de Matt Guttentag, Diretor Global de Pesquisa do ANDE. Ele contou detalhes sobre o GALI  — “um projeto que rodamos desde 2013 para olhar para o impacto social de aceleradoras. Fazemos pesquisas com programas em todo o mundo e cruzamos os dados de empreendedores que conseguiram ser acelerados e os que não conseguiram, para entender as singularidades. Hoje, estamos trabalhando com 280 programas em 150 países. Coletamos dados de quase 20 mil empreendedores e todos os programas são focados em impacto social”. 

 

O retrato da aceleração de impacto social no Brasil

A seguir, Matt apresentou os dados relativos ao Brasil. Alguns pontos merecem destaque: 19% das startups brasileiras estudadas participaram de algum programa. E, quando perguntados sobre o que buscam em uma aceleração, a maioria (25%) dos empreendedores respondeu “rede de contatos”, o que é próximo da amostra global (23%). O segundo item de maior interesse foi “mentoria” (23%, contra 15% no mundo). 

O segundo painel teve como tema “O que sabemos sobre aceleração? Aprendizados no Brasil e no mundo”. Participaram Sheila Pires (Superintendente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores - Anprotec), Henrique Bussacos (Impact Hub), Samir Hamra (ICE) e Nathalia Doné (BrazilLAB). 

 

Quase 60 aceleradoras

Sheila começou traçando uma breve linha do tempo da aceleração no Brasil. Ela citou as primeiras iniciativas por parte do CNPq na área de incubação de empresas, que remontam a 1984, quando ocorreu a criação de parques tecnológicos no país. “Os dois pioneiros que deram certo foram os parques de Campina Grande (PA) e São Carlos (SP). Hoje, chegamos a um número bastante expressivo de iniciativas de apoio à inovação. A partir dos anos 2010, tivemos um crescimento muito mais intenso de aceleradoras”, contou ela. 

A Superintendente do Anprotec destacou também uma pesquisa recente que mapeou os mecanismos de geração de empreendimentos inovadores no Brasil. “O estudo revelou que, hoje, há 57 aceleradoras de impacto social e ambiental no Brasil”. 

Em sua fala, Nathalia Doné apresentou o BrazilLAB, destacando que o hub nasceu da percepção que o país enfrenta problemas do século XIX, ao passo que nossas startups desenvolvem soluções que pertencem à vanguarda do século XXI. “Como aproximar as duas pontas? Foi assim que desenvolvemos o programa de aceleração, dedicado a ajudar startups a formatarem seus negócios para o modelo B2G. Estimulamos elas a olharem governos de forma a multiplicar seu impacto social”.

A seguir, Nathalia explicou detalhes sobre o programa de aceleração. “Damos enfoque à legislação, que é muito complicada, e ao impacto social. Muitos empreendedores que participam estão num estágio inicial, não têm a dimensão desse impacto. Nós procuramos salientar isso nos módulos de aceleração”. Ela lembrou que já foram realizados três ciclos, com 55 startups aceleradas e 14 que já estão vendendo inovação para municípios.

Por fim, ela mencionou algumas iniciativas legais que podem facilitar a vida de quem quer vender inovação para o setor público: “existe a Encomenda Tecnológica, um mecanismo que pode ajudar bastante na contratação de soluções com base tecnológica na esfera pública, mas que é muito pouco usado. Mas está em trâmite o Marco das Startups, que poderá ser um grande avanço na contratação de startups por governos”, concluiu.

 

O Programa de Aceleração do BrazilLAB abre para inscrições no dia 25 de setembro. Confira mais acessando este link.

 

A sua startup também tem o propósito de causar impacto social?

O BrazilLAB vem buscando formas de facilitar a contratação de tecnologia pelo setor público, sendo sua última iniciativa a criação do Selo GovTech, que certifica startups como capacitadas e aptas a trabalharem e venderem para diferentes órgãos do governo. Ao ser aprovada no processo e obter o Selo GovTech, a startup passará a fazer parte de uma rede de empreendedores que possuem soluções tecnológicas para diversos desafios dos governos! Clique aqui e saiba mais.

Relacionados