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COVID-19 e a transformação digital: como a pandemia está acelerando a inovação pelo mundo?

Especialistas destacam áreas em que a digitalização está fazendo a diferença no período de combate ao vírus. E apontam a urgência de governos embarcarem na transformação
Em 28 de April de 2020

A pandemia causada pelo COVID-19 trouxe transformações profundas a todos os setores de nossa sociedade. E ao olharmos para as medidas adotadas por quase todos os países do mundo - escolas e universidades fechadas, viagens canceladas, aglomerações proibidas, entre outras -, fica claro que a transformação digital nunca foi tão prioritária como agora. Pensando apenas no mercado de trabalho, as casas tiveram que ser adaptadas para o home office, e empresas foram obrigadas a rever seus modelos de negócio praticamente da noite para o dia, sob o risco de ficarem para trás. 

De acordo com este texto da Forbes assinado por Bernard Marr, autor de diversos livros sobre o impacto da tecnologia e inovação no mercado de trabalho, mesmo companhias que resistiam ao conceito de uma força e trabalho distribuída foram impelidas a permitir o trabalho de casa, de modo que a operação prossiga durante o período de enfrentamento ao vírus. 

 

Twitter e outras empresas na frente

Uma pesquisa realizada pela Workhuman revelou que, nos EUA, um dos principais focos de disseminação do COVID-19, apenas um terço das pessoas trabalhava de casa antes da pandemia. Grandes empresas como Twitter já encorajavam seus funcionários a trabalhar de casa, e outras companhias, como Google e JPMorgan, estavam construindo políticas de trabalho remoto na eventualidade de terem que mudar a operação; bem, a eventualidade ocorreu, e essas empresas saíram na frente. 

O problema, lembra Marr, é que muitas companhias não dispõem da estrutura tecnológica requerida pelo trabalho remoto. E para obtê-la, alguns sacrifícios serão inevitáveis neste momento. Seja como for, é praticamente um consenso que uma das principais consequências da crise do COVID-19 seja a aceleração dessa transformação por parte de todo o mercado. 

Pensamento semelhante é o da autora e futurista em customer experience Blake Morgan. Também em artigo para a Forbes, ela entende que, em termos de transformação digital, a aceleração da implantação de teletrabalho foi um dos quatro pontos principais resultantes da pandemia. Os outros três são:

 

Comida e serviços sob demanda 

De acordo com Morgan, a entrega de compras diversas tornou-se a regra para pessoas que jamais ligaram para isso antes da pandemia. Convênios médicos, que antes dificultavam a vida de clientes no momento de reembolso por atendimento digital ou por serviços remotos, agora precisam “mudar o tom” e oferecer ressarcimento por práticas como terapia online. Hoje, a maior parte dos EUA e do mundo está sob ordens estritas de confinamento. E Blake Morgan garante: se você não consegue mudar a forma como seus produtos ou serviços são entregues, você ficará para trás rapidamente.

 

Eventos virtuais

Com voos cancelados e aglomerações proibidas, a indústria de eventos levou um duríssimo golpe. Mas Morgan lembra que muitas empresas simplesmente reorientaram seus investimentos para eventos ou conteúdos digitais. Somente o tempo dirá se a próxima temporada será muito agitada, ou se companhias vão preferir realizar eventos digitais aos presenciais. Blake Morgan comenta que, da perspectiva de alguém do meio corporativo, ela vê, todos os dias, pessoas postando fotos de suas grandes reuniões online com colegas de trabalho, além de divertidas histórias de times que estão apreciando essa nova forma de atuar. 

 

A nuvem

Sem a nuvem durante a pandemia de coronavírus, empresas estariam tendo enormes problemas para compartilhar e editar colaborativamente documentos com segurança, além de acessar analytics, e muito mais. Mesmo pequenas distâncias geográficas representariam um desafio à colaboração entre colegas de trabalho sem a tecnologia. O tempo real não seria tão real assim, streaming seria outro problema, smart phones não seriam tão “smarts” - esses seriam apenas alguns dos imensos contratempos que a ausência de nuvem causaria durante a pandemia. 

 

E o setor público?

Ainda é difícil prever o impacto da pandemia na transformação digital de governos. Mas os itens mencionados acima afetam, de alguma forma, a operação do setor público, em todas as esferas. De acordo com este artigo do portal Govloop, a mudança mais intensa ocorrerá também no âmbito do trabalho remoto. Será inevitável a pressão de servidores para que seja alterado o formato atual - totalmente presencial - para ao menos uma flexibilização que inclua o trabalho remoto. Reuniões de parlamentares precisarão acontecer também via online, entre várias outras iniciativas necessárias.

Por outro lado, a digitalização de serviços públicos precisará acontecer ainda mais rapidamente. Mesmo quanto os períodos de quarentena se encerrarem, as pessoas não aceitarão mais ficar em longas filas para pagar tributos ou ter acesso a serviços básicos, por exemplo. Por fim, governos precisarão entrar para valer nas redes sociais de modo a ampliar a comunicação em tempo real com a população, que já está conectada.

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