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Inovação na saúde pública: destaques do debate que aconteceu no GovTech Brasil

Especialistas reuniram-se em São Paulo para debater desafios e soluções para a área
Em 28 de August de 2018

No começo de agosto, foi realizada a primeira edição da convenção GovTech Brasil. Nos dias 06 e 07 desse mês, empreendedores, especialistas e autoridades de diversas áreas -- do país e de fora dele -- reuniram-se em São Paulo com o objetivo de construir uma agenda digital para o nosso país. Isso implicou debates sobre inovação em áreas centrais de nossa sociedade, como saúde pública, segurança e cidadania. Do encontro, também participaram os principais candidatos à presidência do país, que apresentaram suas ideias a respeito do tema.

A inovação na saúde entrou em pauta no segundo dia do evento. O debate contou com a participação de Gonzalo Neto, médico e professor da USP, de Elizabeth Jucá, Secretária de Saúde da Pref. de Juiz de Fora, e de Patricia Ellen, Presidente da Optum -- empresa de serviços de saúde e inovação -- no Brasil. A mediação ficou a cargo de Manoel Lemos, da Redpoint Ventures. Abaixo separamos os principais destaques do que foi debatido sobre o tema.

Assista ao vídeo:

 

Prontuário único

Patricia Ellen iniciou o debate refletindo sobre os desafios enfrentados por quem atua no setor da saúde pública. De acordo com ela, é imenso o impacto da “tripla carga” no sistema de saúde: doenças velhas, doenças novas e violência.

E para atenuar esse impacto, ela defendeu não o prontuário eletrônico, “que muitos dizem ser a saída”; mas um “prontuário único, com todos os dados consolidados de um paciente, integrados em um só lugar”. Isso facilitaria imensamente a atuação de profissionais de saúde. “E colocaria o paciente no centro de tudo,” completou.

O professor Gonzalo Neto concorda. “A boa medicina é feita de 4 E’s: Escutar, Examinar, Explicar e Escrever. Se não escrever, os outros profissionais não vão saber o que acontece com o paciente. Por isso, o prontuário único é mandatório.”

 

“Só queremos saber das doenças”

No entanto, de acordo com ele, ainda estamos muito atrasados. Sobretudo no que diz respeito às métricas. “Nós brigamos com a eficiência, não medimos, não temos métricas. Soluções locais são importantes, mas pecam na intercambialidade, não se conectam a outros sistemas. Parece que não estamos preocupados com a integralidade de ações na saúde. Só queremos saber das doenças. Não queremos saber do antes nem do depois”.

Gonzalo, então, apontou a solução possível: a geração de redes regionais. “Dos mais de seis mil hospitais, no máximo 500 são informatizados, só. Há muito o que fazer e caminhar. Não tem saída, a base é a eficiência, é metrificar tudo,” orientou. Outra medida urgente proposta por ele é “copiar os bons exemplos” -- aqueles de fora e aqueles daqui do Brasil, “pois existem”.

 

Painel Saúde GovTech

 Um app contra a doença

Um desses exemplos foi apresentado por Elizabeth Jucá. A Secretária Municipal de Juiz de Fora falou da experiência bem-sucedida de inovação na saúde da cidade, por meio de um aplicativo, o Cuco, iniciativa acelerada pelo BrazilLAB:

“No município, precisamos atuar muito na prevenção, e monitorar os pacientes é fundamental. Para isso, adotamos o Cuco, que avisa ao paciente da hora do tratamento, de tomar os remédios,” contou ela. Além de atuar na prevenção, o app, que foi selecionado pelo programa de aceleração do BrazilLAB em 2017, também gera dados sobre diagnósticos para a prefeitura. Em uma semana, tivemos 1.500 downloads”.

De acordo com Elizabeth, o número é bastante expressivo. “Temos 40 mil pacientes crônicos em Juiz de Fora. Conforme o aplicativo foi sendo utilizado, começamos a acompanhar os usuários, e as informações geradas vêm servindo para aprimorar os tratamentos,” completou ela.

Assim, a cidade vem cuidando melhor de seus pacientes, evitando o adoecimento e garantindo mais qualidade de vida para as pessoas -- o que, afinal, é o principal objetivo da inovação no setor público.

 

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