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O poder da tecnologia na saúde, confira o último evento do BrazilLAB

Na última quinta-feira (23), o BrazilLAB realizou o segundo evento de seu ciclo de palestras. Dessa vez o tema foi "O Poder da Tecnologia na Saúde" e contou com os convidados Ricardo Moraes, Adriana Mallet e Januário Montone.
Em 20 de February de 2017

Seminário Espírito Santo

Na última quinta-feira (23), o Brazil Lab realizou o segundo evento de seu ciclo de palestras. Dessa vez o tema foi "O Poder da Tecnologia na Saúde" e contou com os convidados Ricardo Moraes, Adriana Mallet e Januário Montone.

Ricardo é confudador da Memed, a maior plataforma médica de consulta e prescrição de medicamentos do país, que faz parte do programa Promessas da Endeavor e do Startup Brasil. Logo no início do evento Ricardo explicou como surgiu a ideia para ele, seu irmão e seu primo, criarem a MEMED. "A gente percebeu uma carência dos médicos de encontrar informação de medicamentos de uma maneira mais rápida e organizada", contou à plateia. Segundo Ricardo, uma pesquisa da OMS mostra que até 75% das prescrições médicas no Brasil tem chance de erro. "Existe uma dificuldade muito grande de entender a letra dos médicos, é uma coisa que todo mundo já passou ou vai passar um dia. A gente pensou numa maneira de resolver isso", explicou Ricardo.

Adriana Mallet é Médica formada pela Unicamp e empreendedora. Atua como coordenadora geral do projeto S.A.S Brasil, diretora da Aliah Consultoria e fellow da plataforma Red Bull Amaphiko. Adriana falou sobre sua experiência como médica atuando em parceria com o SAMU e nas expedições realizadas pelo projeto. "Como médica, como quem vive muito a realidade tanto no SAMU quanto nas expedições, eu tenho um olhar não tão otimista, mas visionário. Acho que as oportunidades nesse campo são imensas", disse Adriana. "Eu sou uma médica que acredita em prevenção e prevenção se faz com educação", explicou Adriana e complementou dizendo que nessa área a tecnologia amplifica as oportunidades. "Você levar a informação até as pessoas, às casas das pessoas mais simples, educar essas pessoas para elas cuidarem da própria saúde e não da doença já é uma oportnidade enorme que a tecnologia pode nos dar", justificou a médica.

Ex-secretário municipal de Saúde em São Paulo, Januário Montone atua na administração pública há mais de vinte anos e participou do processo de regulação do setor de saúde suplementar e criação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), da qual foi o primeiro Diretor-Presidente (1999 a 2003). Januário falou sobre a dificuldade de se inovar na gestão pública e sobre os desafios que enfrentou quando esteve à frente da secretária em São Paulo. "É necessário um esforço de fora pra dentro, porque isso não vai acontecer na área pública por si, ela tem outra dinâmica e é muito difícil que aconteça", disse Januário e ponderou que os gestores, principalmente os prefeitos e governadores, gestores eleitos, costumam estar dispostos a ouvir ideias novas, mas há diversos problemas na implementação das ideias.

Uma das conquistas de Januário à frente da secretaria foi uma parceria feita com a Unifesp. "Tecnologia básica: eletrocardiograma na oficina do Samu com banda larga mandando o sinal, em caso de suspeita de AVC, pra uma equipe de cardiologistas da Unifesp 24 horas por dia", contou Januário. A equipe de médicos analisava e dava a indicação de qual o melhor hospital que aquela ambulância devia ir. "Isso reduziu em 25% o número de casos e em 50% o número de sequelas e só deu certo porque fizemos uma parceria com a Unifesp", comentou Januário.

Tanto Januário quanto Ricardo deixaram claro que a saúde tem uma janela incrível de oportunidades para quem quer empreender junto, ou não, ao setor público. "Quando você começa a construir seu negócio seu sonho é impactar a vida de milhares de pessoas. A gente, de dentro de uma garagem é só uma formiguinha, mas a hora que você está ali e vê o governo, aquilo é um monstro, é um canhão. Tem uma oportunidade absurda ai", disse Ricardo, empolgado.

Letícia Piccolotto, mentora do Brazil Lab e mediadora da palestra comentou sobre a importância do setor público para ajudar novos empreendedores. "Esses empreendedores estão lutando pra ganhar tração, para prototipar suas ações. No setor público, uma prefeitura que traga 80 mil habitantes, permite prototipar muito mais rápido e ainda conseguem escala e tração", disse Letícia e chamou a atenção das lideranças do país: "A gente precisa de líderes com essa visão para a inovação e tecnologia."

Adriana Mallet foi categórica ao falar da importância da educação para a saúde e a sociedade. "País educado gera empreendedores e as coisas aceleram", comentou Adriana e deu como exemplo um desafio que está enfrentando em Limeira. "A gente está discutindo uma ideia de usar Whatsapp para mandar mensagem de foto para o médico regulador. A imagem de um acidente fala mais do que 10 mil palavras de alguém nervoso chamando um ambilância", contou Adriana. Porém, há uma dificuldade nisso e um entrave que esbarra em questões jurídicas. "Nosso legislativo é muito lento, uma sociedade mais educada tende a ser mais rápida para gerar novas leis", concluiu.

Essa palestra faz parte do ciclo de palestras do Brazil Lab, confira as outras datas aqui.

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