Entre os dias 18 e 23 de março, foi realizada a oitava edição do Fórum Mundial da Água. Organizado de três em três anos pelo Conselho Mundial da Água, o evento aconteceu pela primeira vez no Hemisfério Sul — a cidade-sede foi Brasília. Lá, reuniram-se chefes de estado, governos e municípios, além de especialistas e de empresários, para debater o uso de nosso recurso mais precioso.
E não é à toa que o Fórum realiza-se sempre em março. O mês abriga o Dia Mundial da Água (22), e serve para refletirmos sobre a nossa “pegada hídrica”, que segue o mesmo princípio das pegadas ecológica e de carbono — que só aumentam.
Caso você duvide, eis alguns números: são necessários 1,7 mil litros de água, em média, para cada quilo de arroz colhido (que é transportado com casca para a usina de beneficiamento). A mesma quantia de batata exige, em média, 290 litros, ao passo que a laranja exige mais de 530 litros por quilo. Os dados estão disponíveis nesta matéria da Exame. É um cenário preocupante, mas a inovação é capaz de transformá-lo.
Santo Antônio do Pinhal mostra o caminho
Clodomiro Correia de Toledo Junior (conhecido como Junior Advogado), Prefeito de Santo Antônio do Pinhal - SP e parceiro do BrazilLAB, marcou presença no Fórum. Na ocasião, além de apresentar um projeto de seu próprio município para o uso mais consciente da água, ele pôde acompanhar o que vem sem feito de mais inovador mundo afora.
De acordo com o Prefeito, “o grande destaque foram as Soluções baseadas na Natureza, as chamadas SbN”. Ou seja, iniciativas que se propõem a substituir as intervenções humanas poluidoras ou ecologicamente agressivas por práticas sustentáveis, inspiradas em ecossistemas saudáveis. Um bom exemplo de SbN é a criação de parques, que traz diversos benefícios à saúde.
“Essas iniciativas foram o carro chefe do Fórum”, conta o parceiro do BrazilLAB. E ele compartilha a satisfação de constatar que “esse entendimento foi ao encontro do que o município de Santo Antônio do Pinhal vem fazendo”.
Ele se refere ao Projeto Águas da Mantiqueira, no qual seu município foi pioneiro. A iniciativa permite, a partir de uma profunda análise das microbacias hidrográficas da região, mensurar a disponibilidade de água para uso. Diante disso, é possível entender o quanto do recurso está disponível para a ocupação do território, sem que a exploração interfira em mananciais.
Jamais consumir além do que está disponível
O prefeito afirma que o objetivo final do projeto é desenvolver um plano diretor em face da disponibilidade de água. “Isso é muito diferente de ter uma legislação que preserve. Nós queremos garantir que o desenvolvimento jamais consuma mais água do que está disponível.”
Ao abordar desenvolvimento urbano e impacto ambiental de forma inovadora, o poder público de Santo Antônio do Pinhal oferece novas alternativas para uma questão que tende a ser cada vez mais preocupante (a recente crise hídrica de São Paulo foi prova disso). Mas não só: o município também sintetiza a essência da atuação do BrazilLAB, que é conectar a gestão pública à inovação.
