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Troca de experiências, orientação jurídica e conexões: as expectativas de quem já interage com o setor público

4º Ciclo de Aceleração do BrazilLAB tem maior número de startups que já acumulam experiência de venda para governos
Em 01 de April de 2020

Quando foram abertas as inscrições para o novo ciclo de aceleração do BrazilLAB, um dado chamou a atenção: a quantidade de startups que já interagem com o setor público, que abrangeram 25% das cerca de 300 empresas registradas. Agora, entre as 26 selecionadas, 40% vendem ou já venderam para governos. Um índice significativo, porque resulta em uma troca de experiências mais rica e produtiva ao longo do processo de aceleração. 

E o que esperam essas startups? Quais os maiores desafios que elas têm enfrentado até aqui, e como o programa pode contribuir para superá-los? “Nosso objetivo é conseguir alavancar e disseminar nosso produto, por intermédio da força e do alcance do BrazilLAB”, afirma Fabio Marzullo, CEO da Sinn Tecnologia. “Porém, também acredito que a troca de experiências e conhecimento serão fundamentais no processo, potencializando ainda mais ações conjuntas, bem como os resultados para a população”. 

 

Desafios jurídicos e de inovação

Fabio relata que o segundo módulo presencial da aceleração, focado na área jurídica e de relações governamentais, foi muito proveitoso. “Os processos jurídicos são um ponto focal da Sinn. Como há constantes mudanças e atualizações nas leis, ter a oportunidade de se atualizar é sempre importante”. 

Mas ele lembra que essa atualização também deve ocorrer do lado do setor público: “o que vejo como um obstáculo é a ponta do processo, onde estão aqueles que efetivamente escrevem e conduzem os processos licitatórios. Essas pessoas também precisam de constante atualização jurídica, de modo a permitir que a contratação de produtos inovadores não sofra com os entraves comuns e conhecidos dos processos de compras”.

Para Raquel Cardamone, co-founder da Bright Cities, os principais desafios também estão na área jurídica. “Na minha visão, a maior dificuldade é a falta de conhecimento técnico das startups e dos gestores públicos sobre as formas e possibilidade de contratação”, afirma ela.

Já na visão de Gustavo Maia, founder e CEO do Colab, um ponto focal é a concorrência que já se observa na área de GovTech. “Há muitas pessoas boas e com boas ideias no setor público, então é um desafio ter algo realmente inovador”, afirma ele, que já interage com municípios desde meados de 2013. De acordo com Gustavo, o que pode fazer a diferença é “criar empatia com os gestores públicos, dar segurança a eles de que aquela solução está ali para ajudá-los de forma clara. E a imersão proporcionada pelo programa do BrazilLAB é fundamental para isso”.

 

O governo “acordou”

A expectativa dos empreendedores em relação à área de GovTech é positiva. “Apesar de todos os problemas que existem para as compras governamentais, é fato que o Governo acordou para a inovação e para as startups”, revela Fabio Marzullo. 

E o programa de aceleração do BrazilLAB pode ajudar empresas que já estão nesse mercado a acompanhar o movimento. “Do meu ponto de vista, ações como as do Lab são fundamentais porque, de um lado, há um governo carente e necessitando de inovações para oferecer melhores serviços à população; do outro lado há inúmeras iniciativas inovadoras, surgindo rapidamente, que não possuem conhecimento, tão pouco experiência para vender para o governo. Não há dúvidas que ações direcionadas de aproximação ajudam a criar consciência técnica e jurídica em ambas as partes, facilitando todo o processo”.

Para destacar a importância do Programa de Aceleração do BrazilLAB, Fabio evoca o tamanho das empresas que conseguem ultrapassar os obstáculos de venda para governos: “existem muitas dificuldades e a maioria só é ultrapassada por companhias de grande porte, que possuem lastro financeiro para quebrar essas barreiras. Startups são empresas de nicho e pequenas por natureza, dificilmente conseguem meios eficientes para romper o status quo. É por isso que iniciativas como as do BrazilLAB são fundamentais para todos os envolvidos, pois empenham esforços legítimos, buscam encurtar as distâncias e retirar as barreiras para, enfim, conseguir levar inovação ao governo. Nós da Sinn Tecnologia estamos muito orgulhosos de termos o apoio do BrazilLab, mesmo depois de 10 anos atuando diretamente com o setor público”, completa ele. 

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