Em resumo

O governo da Nova Zelândia determinou como alta prioridade garantir que todos os seus cidadãos possam ser conectados a serviços digitais.

O governo iniciou sua RBI [Rural Broadband Initiative – Iniciativa de Banda Larga Rural] em 2010, por meio de uma parceria público-privada, para fornecer a seus 630.000 cidadãos rurais acesso à banda larga de alta velocidade e a todos os benefícios que a conectividade traz consigo, incluindo ensino a distância, finanças pela internet e serviços públicos.

O Desafio

Acesso confiável à banda larga rápida é importante para a vida moderna, e especialmente para pessoas em áreas rurais para as quais o acesso físico a serviços sociais, saúde, bancos e escolas pode ser difícil.

Entretanto, levar banda larga à Nova Zelândia rural é desafiador. Por exemplo, fazendas cobrem "enormes áreas, exigindo uma rede ampla de conectividade, e cercas elétricas precisam ser consideradas ao colocar o sistema em posição". [1]

Devido a essas dificuldades, em 2011, apenas 20 % das casas e empresas rurais tinham acesso a velocidades de pico de banda larga de pelo menos 5 Mbps.

A Iniciativa

Em março de 2010, o Ministro de Comunicações e TI, Steven Joyce, anunciou a proposta final da Iniciativa de Banda Larga Rural (RBI) do governo. A RBI é uma parceria público-privada (PPP), trabalhando para melhorar o acesso à banda larga para neozelandeses residentes em zonas rurais. "O governo firmou parceria com a Chorus e a Vodafone para entregar a primeira fase da RBI. Juntos, eles estão construindo 154 novas torres sem fio e atualizando 387 existentes, atualizando ou instalando mais de 1.000 quadros de telecomunicações rurais e estendendo a rede de fibra existente da Chorus em cerca de 3.350 quilômetros." [2] Chorus é o braço de rede da Telecom. O Ministério de Comunicações e TI agora faz parte do Ministério de Negócios, Inovação e Emprego (MBIE - Ministry of Business, Innovation and Employment).

A meta original de 2011 era de "80% das casas e empresas rurais terem acesso a serviços de 5 Mbps ou melhor e os 20% restantes serem capazes de atingir velocidades de, pelo menos, 1 Mbps". [3] O governo atualizou suas metas em outubro de 2015. As novas metas são de que "até 2025:

  • 99% dos neozelandeses terão acesso a velocidades de pico de 50 Mbps.
  • O 1% restante terá acesso a 10Mbps." [4]

O Impacto Público

Esta iniciativa ainda está em curso. Entretanto, progresso significativo já foi feito. "Até dezembro de 2014, a Vodafone havia instalado com sucesso 104 novas torres e já atualizado 305 de suas outras torres, isso já resultou em um crescimento na cobertura de banda larga móvel em áreas rurais de 231.010 endereços.

"O elemento de Banda larga da Chorus da RBI é fornecer uma conexão de banda larga de fibra super rápida para as novas torres de banda larga móvel da Vodafone, bem como conectar com mais de 1.000 escolas, 183 bibliotecas e 50 diferentes profissionais da saúde ... Em dezembro de 2014, a Chorus já havia atualizado e instalado com sucesso 81.040 linhas por toda a Nova Zelândia, o que resultou em uma taxa de absorção de 80%." [5]

O que funcionou
e o que não funcionou

Todos os casos no Observatório de Impacto Público do CPI foram avaliados quanto a desempenho com relação aos elementos dos Fundamentos de Impacto Público do CPI.

Legitimidade

Engajamento dos Stakeholders Ótimo

A Vodafone e a Telecom (os principais parceiros privados) estão fortemente envolvidos e trabalhando para cumprir com as metas. O governo da Nova Zelândia continua comprometido, e aumentou o financiamento disponível para facilitar metas maiores.

Federated Farmers é um grupo influente nas áreas rurais da Nova Zelândia e trabalha para cumprir os objetivos da política. "A Federated Farmers tem sido um apoiador entusiasta da RBI do governo" [6]

Compromisso Político Razoável

A RBI é uma iniciativa governamental e o governo investiu NZD300 milhões no início. O compromisso do governo continua, com NZD100 milhões de financiamento adicional confirmados em 2015, quando as metas da RBI foram atualizadas. O trabalho do governo na RBI é conduzido por meio do MBIE.

Apesar de a RBI ter estado em vigor já por alguns anos, ela foi liderada por sucessivos governos do partido National Party [Partido Nacional]. O partido de oposição Labour Party [Partido do Trabalho] é fortemente contra a iniciativa, apesar de apoiar a melhora na conectividade rural de outras formas.

Confiança Pública Razoável

O Governo Nacional continua popular após quase uma década no poder.

Nenhuma pesquisa de opinião pública importante foi conduzida sobre a RBI, mas relatórios de mídia, incluindo entrevistas com neozelandeses residentes em zonas rurais, sugerem uma confiança de público razoável, por exemplo em Nelson, na Ilha Sul. "Os líderes rurais de Nelson estão encantados com os planos há muito esperados de trazer banda larga mais rápida e cobertura de celular mais ampla para suas comunidades ... é algo que as pessoas estão esperando animadas, especialmente os jovens" [7]

Apesar de organizações como a Federated Farmers serem defensoras entusiastas da RBI, existe um sentimento de que os recursos estão distribuídos de forma desigual, sendo direcionados para áreas urbanas para a desvantagem de áreas rurais. "Nós tivemos sucesso em aumentar o financiamento dos $48 milhões originais para $300 milhões, mas isto ainda é significativamente menor em uma base per capita do que o financiamento de $1,5 bilhões para a Iniciativa de Banda Larga Ultra Rápida direcionada aos 75% de neozelandeses definidos como residentes em zonas urbanas".

Política

Objetivos Claros Bom

Os objetivos iniciais foram claros e mensuráveis: 80% das casas e empresas rurais teriam acesso a serviços de banda larga de 5Mbps ou melhor, e os 20% restantes seriam capazes de atingir velocidades de, pelo menos, 1 Mbps. O governo atualizou essas metas em outubro de 2015, com 99% dos neozelandeses tendo acesso a velocidades de pico de 50 Mbps e apenas 1% com velocidades inferiores a 10 Mbps e acima.

Evidências Bom

Não está claro se foram conduzidos pilotos para esta iniciativa específica. Entretanto, alguns anos antes o governo conduziu estudos piloto sobre a implantação de banda larga provincial e rural (como parte do projeto PROBE), e estes provavelmente forneceram informações para a RBI. Um Informativo por Bell Labs investigou os prováveis efeitos do plano nacional de Banda Larga Ultrarrápida na economia da Nova Zelândia, do qual a RBI faz parte.

A Vodafone e a Telecom já eram fornecedores de internet bem-sucedidos na Nova Zelândia, então havia uma base de evidências para seus trabalhos. Sua proposta foi considerada cuidadosamente pelo Ministro de Comunicações e TI como parte do processo de aprovisionamento.

Viabilidade Bom

A viabilidade financeira foi estabelecida por meio de uma combinação de financiamento público e privado. O governo da Nova Zelândia investiu NZD300 milhões inicialmente (com outra parcela de investimento de NZD100 milhões confirmada em 2015). A Vodafone e a Telecom investiram NZD200 milhões adicionais na RBI.

A viabilidade técnica foi estabelecida pela experiência da Vodafone e Telecom em entregar tecnologia de banda larga, uma vez que isto é uma extensão de seus negócios centrais. O fornecimento em áreas extremamente remotas pode ser desafiador, mas as duas empresas estavam confiantes de que poderiam lidar com esses desafios.

Ação

Gestão Bom

O governo da Nova Zelândia, por meio do MBIE, gerencia a RBI e agrupa dados sobre seu progresso. Uma entidade de propriedade do estado, a Crown Fibre Holdings, "foi estabelecida para gerenciar o investimento do governo da Nova Zelândia em banda larga ultrarrápida". [8] A Vodafone e a Telecom respectivamente utilizam suas estruturas de gestão interna pré-existentes para ampliar a rede de banda larga rural.

Medição Ótimo

A Vodafone e a Telecom fornecem dados sobre o progresso da implantação de banda larga para o Ministério de Negócios, Inovação e Emprego, que compila relatórios trimestrais abrangentes sobre o progresso e publica esses relatórios em seu website. "Iniciativa de Banda Larga Rural (RBI): O programa de torres está 89% concluído. A meta para atualizações de linhas de cobre fixas foi excedida. A absorção da RBI é de 37,3%." [9] Detalhes adicionais sobre a penetração são fornecidos (para março de 2016): "Casas e empresas capazes de conectar -285.489; Conexões até o momento -106.482". [10]

Alinhamento Ótimo

A RBI do governo cumpre com seus objetivos econômicos de apoiar negócios e as regiões. "As metas de banda larga rural de 2025 estão alinhadas com a abordagem em duas frentes do Governo para impulsionar o crescimento econômico pela Nova Zelândia regional, por meio da Agenda de Crescimento de Empresas e Programa de Crescimento Regional." [11]

Há um bom alinhamento entre os principais atores, o governo e os parceiros de tecnologia sendo contratados em uma PPP. A Vodafone e a Telecom possuem um interesse comercial em aumentar o fornecimento de banda larga na Nova Zelândia, uma vez que isto irá resultar em um mercado maior para seus produtos.

As comunidades rurais em si apoiam o plano do governo (vide Confiança do público acima). A Federated Farmers quer ver a conectividade aumentada na Nova Zelândia rural e apoia a RBI (vide Engajamento dos stakeholders acima).

Iniciativa de Banda Larga Rural (RBI) da Nova Zelândia

Panorama de resultados

Ótimo
Bom
Razoável
Fraco

Este estudo de caso foi originalmente publicado em inglês no "The Public Impact Observatory" do Centre for Public Impact (CPI).Outras publicações podem ser acessadas em: Centre for Public Impact.

Bibliografia

The Rural Broadband Initiative and getting connected, O Ministério de Negócios, Inovação e Emprego (MBIE).

Deployment progress, O Ministério de Negócios, Inovação e Emprego (MBIE).

BROADBAND DEPLOYMENT UPDATE, Março de 2016, O Ministério de Negócios, Inovação e Emprego (MBIE).

The Government's Rural Broadband Initiative, Telecom NZ TELECOMMUNICATIONS, Federated Farmers of New Zealand Broadband, Dezembro de 2011, Parlamento da Nova Zelândia.

Rural broadband rollout released, PETER WATSON, 12 de maio de 2011, Nelson Mail.

Ultra-fast broadband makes New Zealand more competitive, Alcatel-Lucent.

Govt pushes high speed internet into rural NZ, Trevor Mallard, 23 de julho de 2003, beehive.govt.nz.

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