Artigo de Letícia Piccolotto no HuffPost: o mundo será mais home e menos office no Pós-Pandemia

O escritório pode se tornar muito mais um lugar de integração com a equipe e de atividades pontuais do que um ambiente em que o colaborador precisa necessariamente estar todos os dias.; Confira artigo de Letícia Piccolotto no HuffPost
Em 06 de August de 2020

Neste última domingo (12/7), a Fundadora do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, publicou um novo artigo em sua coluna no HuffPost. O tema do post do mês de julho foi sobre as mudanças que iremos enfrentar no Pós-Pandemia, em especial as transformações nos hábitos ambiente de trabalho. Letícia destaca que as transformações no mundo do trabalho já estavam em curso há muitos anos. Mas também é inegável que esse processo foi acelerado pelos efeitos da crise. Entre eles, destacam-se as iniciativas adotadas para diminuir a disseminação do vírus, que aceleraram a adoção do home office, ou trabalho remoto, além do conjunto de soluções tecnológicas para garantir a operação das organizações: armazenamento em nuvem, reuniões por videoconferência e ferramentas de gestão. Com esse movimento, fica cada vez mais evidente que todos terão que passar por transformações profundas.

 

Confira o artigo na íntegra:

O momento atual é marcado por um horizonte de muitas incertezas, mas uma coisa é definitiva: passado o momento agudo da crise trazida pelo coronavírus, o mundo nunca mais será o mesmo, e os efeitos colaterais devem trazer grandes reflexões e mudanças profundas em todas as esferas da sociedade.

A começar pela transformação digital, um movimento que deixou de ser algo do futuro para se tornar uma realidade imediata e fundamental, impactando os diversos setores que ainda não haviam incorporado as tecnologias à sua atuação.

Dada a urgência do momento, escolas precisaram incorporar ações para garantir o ensino à distância, enquanto empresas tiveram que mudar seu modelo de negócio e apostar nas estratégias de economia digital, sobretudo delivery e e-commerce. E a transformação digital também alcançou o universo do trabalho de maneira muito profunda.

É bem verdade que as transformações no mundo do trabalho já estavam em curso há muitos anos. Mas também é inegável que esse processo foi acelerado pelos efeitos da crise.

Entre eles, destacam-se as iniciativas adotadas para diminuir a disseminação do vírus, que aceleraram a adoção do home office, ou trabalho remoto, além do conjunto de soluções tecnológicas para garantir a operação das organizações: armazenamento em nuvem, reuniões por videoconferência e ferramentas de gestão. Com esse movimento, fica cada vez mais evidente que todos terão que passar por transformações profundas.

Uma das grandes questões que se colocava no debate sobre home office era a produtividade. Para muitas empresas, esse era o determinante para não adotar o trabalho remoto, já que parecia ser desafiador garantir o controle de horas e a entrega de metas em um ambiente distante do escritório — especialmente quando esse espaço é a casa do trabalhador.

No entanto, o contexto do isolamento social representou um laboratório muito oportuno para experimentar esse modelo de trabalhar. Já começam a surgir evidências de que a máxima da improdutividade pode não ter embasamento: um estudo da FGV aponta que os funcionários trabalham 46% a mais à distância do que nos ambientes físicos das empresas.

Esse é um resultado positivo que só foi possível ser experimentado pela urgência do momento. E as mudanças já podem ser sentidas: segundo um levantamento realizado pela Cushman & Wakefield com 122 empresas multinacionais atuando no Brasil, 74% delas pretendem instituir o home office como prática oficial mesmo após a crise.

Com isso, as empresas vão precisar repensar processos, políticas e também seus gastos, já que o espaço físico necessário para a operação pode ficar cada vez menor. O escritório, inclusive, pode se tornar muito mais um lugar de integração com a equipe e de atividades pontuais do que um ambiente em que o colaborador precisa estar todos os dias.

Nesse novo modelo, os líderes passam a ter, mais do que nunca, a tarefa de gerir as entregas e incentivar a motivação e envolvimento dos seus liderados. Os trabalhadores, por sua vez, devem se tornam protagonistas de sua produtividade e das entregas realizadas.

 

Competências e habilidades necessárias para o home office

No imaginário, trabalhar remotamente, em casa, pode até parecer um sonho, mas é desafiador para a maioria das pessoas. É preciso ter disciplina, saber controlar o tempo, organizar as tarefas e ter autogestão. São habilidades que, para muitos, foram intensificadas durante o isolamento social.

E outras competências devem surgir a partir dessa vivência. Nunca foi tão importante ser flexível, resiliente e proativo. Esse novo cenário deve impactar também o processo de seleção de profissionais, já que as empresas devem buscar profissionais que reúnam essas habilidades e que também saibam lidar com um mundo cada vez mais conectado e tecnológico. E este é um caminho totalmente sem volta...

O futuro chegou muito antes do que imaginávamos e trouxe uma grande revolução que exigirá resiliência, inovação, criatividade e inteligência emocional para nos mantermos atualizados no “novo” mundo do trabalho.

O momento de crise e cautela também tem sido um oportunidade de aprendizado e de reinvenção. Estamos só no começo, mas as perspectivas podem ser positivas — se pudermos compreender todas essas mudanças e nos prepararmos para o que ainda virá.

 

Confira o artigo no site do HuffPost.

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