Artigo de Letícia Piccolotto no JOTA: o que mudou no mercado GovTech nos últimos cinco anos?

Futuro do ecossistema Govtech é promissor e transformador para o Brasil; confira artigo de Letícia Piccolotto no JOTA
Em 24 de March de 2021

O BrazilLAB completa 5 anos de atuação e desde o começo acreditou no potencial de transformação da pauta GovTech. Cada vez mais, estamos apostando nas startups para resolver problemas complexos de governos e aumentar a qualidade de vida da população. Hoje temos vários exemplos de como isso é possível. O A CEO do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, falou sobre o tema em artigo no JOTA. Para entender melhor sobre a trajetória do mercado Govtech, confira abaixo o artigo na íntegra:

O que mudou no mercado GovTech nos últimos cinco anos?

As Govtechs são relativamente novas no Brasil. Por aqui, demoramos a acreditar que soluções inovadoras do ecossistema de startups pudessem realmente contribuir para a atuação dos governos.

Há cinco anos, quando fundamos o BrazilLAB, primeiro e único hub Govtech do Brasil, tivemos que desbravar espaços ainda não explorados, cunhar termos antes inexistentes e construir a confiança entre gestores públicos e empreendedores, de que a tecnologia é um caminho poderoso para enfrentar os mais diferentes desafios públicos.

Cada vez mais, estamos apostando nas startups para resolver problemas complexos e aumentar a qualidade de vida da população. Hoje temos vários exemplos de como isso é possível.

Há startups atuando para ampliar acesso à saúde, a qualidade da educação, garantir a segurança pública, além de contribuir para políticas públicas bem específicas, como assistência social, meio ambiente e participação cidadã.

Além de contribuir para o desenvolvimento social, o mercado Govtech também pode ser fundamental para a economia.

Dados apresentados no Govtech Summit apontam uma estimativa de que o setor possa alcançar 1 trilhão de dólares até 2025.

Assim, os benefícios são múltiplos: impacto social aliado ao econômico. Não é só a população que ganha com os inúmeros serviços mais eficientes, rápidos e eficazes, mas o governo e a economia também. Afinal, elas são capazes de aumentar a oferta de vagas de emprego, geração de riqueza, melhorias sociais e urbanas, entre tantas outras coisas.

O Brasil oferece um terreno fértil para o universo das startups. Somos uma nação conectada com o desejo de empreender e também sabemos ser criativos quando temos que inovar para “curar dores coletivas”. Assistimos bem isso nesse processo da pandemia, quando inúmeras startups adaptaram seus negócios para diminuir os efeitos colaterais causados pela covid-19.

Por isso, o relatório Startup Ecosystem Rankings 2020 promovido pela StartupBlink aponta o Brasil como o 20° colocado dentro do ecossistema de startups, subindo 17 posições com relação ao relatório anterior.

Além disso, esse mercado está em expansão. De acordo com a Associação Brasileira de Startups (Abstartups) temos mais de 13.400 startups mapeadas, mais de 61 comunidades e milhares de atores, lideranças e empreendedores fazendo acontecer pelo país. A média de crescimento é de 26,75% por ano.

As Govtechs também têm se destacado e ganhado espaço nos últimos anos. Podemos dizer que são 80 as startups GovTechs consideradas como mais relevantes.

Mas esse é um mercado subaproveitado, do total de startups existentes no Brasil, até 1.500 teriam potencial para atuação no mercado Business to Government (B2G) caso desejassem ofertar suas soluções tecnológicas para os governos, segundo dados da relatório “As startups Govtech e o futuro do governo no Brasil”, elaborado pelo BrazilLAB e pelo Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF).

Nesse cenário, não foi só o número de startups que vem se consolidando no país, mas também houve um maior interesse de iniciativas e instituições, que foram se desenvolvendo para dar apoio a esse ecossistema. Por isso, digo que o mercado evoluiu muito e estamos em uma fase de oportunidades.

 

E o que esperar para os próximos cinco anos

Para que o mercado Govtech possa florescer em toda a sua potência e que possamos colher seus frutos, é fundamental superar o conjunto de barreiras que travam o desenvolvimento dessas empresas. São três as principais: ambiente regulatório, cultura aberta à inovação tecnológica e investimentos no ecossistema Govtech.

Além disso, precisamos expandir a atuação das Govtechs para outros lugares que não seja apenas São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife e Florianópolis. É necessário olharmos para as inovações que também merecem destaque, mas que estão dentro de uma outra realidade no Brasil. Se não fizermos isso, corremos o risco de ver novas ideias morrerem.

As contribuições trazidas pelo Govtech, até aqui, já se mostraram sólidas e muito positivas. E estou segura de que, garantidas as condições para tal, o futuro do ecossistema Govtech será promissor e transformador para o Brasil.

Confira o artigo na íntegra no site do JOTA.

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