Em seu primeiro post de 2022 na coluna mensal do Olhar Digital, a Presidente do Conselho do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, escreveu sobre como as Eleições de 2022 trazem uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade de gênero no Brasil. Em alguns meses, escolheremos representantes para os Poderes Executivo -presidência e governos estaduais- e Legislativo -senadores e deputados. Serão mais de 560 cargos -e oportunidades- para eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país. Confira abaixo o texto na íntegra.
O ano de 2022 traz uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade da de gênero no Brasil. Em alguns meses, escolheremos representantes para os Poderes Executivo -presidência e governos estaduais- e Legislativo -senadores e deputados. Serão mais de 560 cargos -e oportunidades- para eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país.
O tema é urgente e, embora tenham ocorrido avanços fundamentais nos últimos anos, especialmente com medidas para ampliar o número de candidaturas femininas, somente 12,32% dos 70 mil cargos eletivos do país são ocupados por mulheres – o que resulta em exatos 8.624 mandatos.
A verdade é que a sociedade brasileira tem falhado cotidianamente em tornar a política um espaço para a participação feminina.
E é sempre importante ressaltar que a baixa participação de mulheres não está limitada apenas à política. Em várias esferas da sociedade, a desigualdade de gênero continua se intensificando.
Hoje, apenas 3% das 250 maiores empresas do Brasil têm mulheres como CEOs, e menos de 20% conta com a participação de representantes do sexo feminino no quadro executivo, de acordo com uma pesquisa da Bain & Company em parceria com o LinkedIn. Mesmo em um ecossistema inovador, como o de startups, menos de 16% desses negócios no país contam com mulheres à frente, segundo dados da ABStartups.
Isso ocorre por diversos motivos, muitos deles relacionados aos estereótipos de gênero: são as crenças de que há papéis que devem, obrigatoriamente, ser desempenhados por mulheres – por exemplo, o cuidado com os filhos ou com as tarefas domésticas – ou que algumas atividades são melhor desempenhadas por homens.
Além disso, temos desafios relacionados à autoconfiança e autopercepção das mulheres. Segundo uma pesquisa da Harvard Business School, mulheres só chegam no patamar de autoconfiança dos homens após os 40 anos.
Uma maior participação feminina na política é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Para além de representar a garantia do direito à representatividade, mais mulheres em posições de poder podem influenciar a construção e implementação de políticas públicas que beneficiem os diferentes setores da sociedade e que tragam consigo a perspectiva de gênero.
Um novo ano traz também uma nova janela de oportunidade para avançar alguns passos nessa agenda, ampliando a eleição de mulheres para cargos de liderança na política. Toda a sociedade tem a ganhar com uma maior representatividade feminina e com a contribuição que as mulheres já demonstram nas mais diversas áreas de atuação.
Confira o texto na íntegra no Olhar Digital.
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