Artigo no Olhar Digital: uma nova janela de oportunidade para a representatividade feminina em 2022

O ano de 2022 traz uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade da de gênero no Brasil e as Eleições podem eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país.
Letícia Piccolotto Em 07 de March de 2022

Em seu primeiro post de 2022 na coluna mensal do Olhar Digital, a Presidente do Conselho do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, escreveu sobre como as Eleições de 2022 trazem uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade de gênero no Brasil. Em alguns meses, escolheremos representantes para os Poderes Executivo -presidência e governos estaduais- e Legislativo -senadores e deputados. Serão mais de 560 cargos -e oportunidades- para eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país. Confira abaixo o texto na íntegra.

 

Uma nova janela de oportunidade para a representatividade feminina em 2022

O ano de 2022 traz uma oportunidade extraordinária para a agenda de equidade da de gênero no Brasil. Em alguns meses, escolheremos representantes para os Poderes Executivo -presidência e governos estaduais- e Legislativo -senadores e deputados. Serão mais de 560 cargos -e oportunidades- para eleger mais mulheres para os cargos de liderança política no país.

O tema é urgente e, embora tenham ocorrido avanços fundamentais nos últimos anos, especialmente com medidas para ampliar o número de candidaturas femininas, somente 12,32% dos 70 mil cargos eletivos do país são ocupados por mulheres – o que resulta em exatos 8.624 mandatos.

A verdade é que a sociedade brasileira tem falhado cotidianamente em tornar a política um espaço para a participação feminina.

E é sempre importante ressaltar que a baixa participação de mulheres não está limitada apenas à política. Em várias esferas da sociedade, a desigualdade de gênero continua se intensificando.

Hoje, apenas 3% das 250 maiores empresas do Brasil têm mulheres como CEOs, e menos de 20% conta com a participação de representantes do sexo feminino no quadro executivo, de acordo com uma pesquisa da Bain & Company em parceria com o LinkedIn. Mesmo em um ecossistema inovador, como o de startups, menos de 16% desses negócios no país contam com mulheres à frente, segundo dados da ABStartups.

Isso ocorre por diversos motivos, muitos deles relacionados aos estereótipos de gênero: são as crenças de que há papéis que devem, obrigatoriamente, ser desempenhados por mulheres – por exemplo, o cuidado com os filhos ou com as tarefas domésticas – ou que algumas atividades são melhor desempenhadas por homens.

Além disso, temos desafios relacionados à autoconfiança e autopercepção das mulheres. Segundo uma pesquisa da Harvard Business School, mulheres só chegam no patamar de autoconfiança dos homens após os 40 anos.

Uma maior participação feminina na política é fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Para além de representar a garantia do direito à representatividade, mais mulheres em posições de poder podem influenciar a construção e implementação de políticas públicas que beneficiem os diferentes setores da sociedade e que tragam consigo a perspectiva de gênero.

Um novo ano traz também uma nova janela de oportunidade para avançar alguns passos nessa agenda, ampliando a eleição de mulheres para cargos de liderança na política. Toda a sociedade tem a ganhar com uma maior representatividade feminina e com a contribuição que as mulheres já demonstram nas mais diversas áreas de atuação.

 

Confira o texto na íntegra no Olhar Digital.

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