A transformação digital dos serviços públicos que vem sendo empreendida pelo governo brasileiro foi reconhecida mais uma vez. A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) – grupo formado por algumas das nações mais desenvolvidas do mundo – classificou o país na 16º posição em seu Índice de Governo Digital. De acordo com o ranking – resultado de levantamento feito entre 33 países do Bloco e alguns convidados - o Brasil ficou acima da média dos países da OCDE e superou nações como Alemanha, Estônia, Países Baixos, Áustria e Irlanda.
Com 0,52, o Brasil ocuparia a 16ª colocação no ranking, caso todos os países avaliados fizessem parte da organização. O ponto positivo é que as nossas notas estão um pouco acima da média da OCDE (0,50) e indicam evolução. Entre os países sul-americanos, destaque para a Colômbia, que ocupa a 3ª posição geral, e Uruguai, que possui notas melhores que o Brasil. Ou seja, temos bons exemplos próximos para nos inspirar. Países como Austrália, Estados Unidos e México não aparecem no levantamento por não terem enviado suas informações.
A pesquisa mediu os desempenhos dos países em seis dimensões: orientado pelo usuário, orientado por dados, aberto por padrão, digital por design, proatividade, e governo como plataforma. Em julho último, o Brasil já havia sido reconhecido como um dos 20 países do mundo com a melhor oferta de serviços públicos digitais, segundo dados da Pesquisa sobre Governo Eletrônico 2020, publicada pela Organização das Nações Unidas (ONU).
O Índice de Governo Digital foi apresentado no evento anual do grupo e-leaders – do qual o Brasil faz parte –, que reúne os gestores responsáveis pela transformação digital dos países membros e outras nações convidadas. "A pesquisa da OCDE avalia com precisão o estágio da transformação digital das economias mais desenvolvidas do mundo. A posição do Brasil prova que estamos no caminho certo e aponta o que devemos aprimorar para oferecer serviços de excelência a todos os brasileiros", afirmou o secretário de Governo Digital do Ministério da Economia, Luis Felipe Monteiro.
Dos 3,9 mil serviços disponíveis hoje no portal Gov.Br, 61% já são oferecidos de forma digital. Na semana passada, o governo atingiu a marca de 1.000 serviços transformados desde janeiro de 2019. Além da economia de aproximadamente R$ 2 bilhões por ano – sendo R$ 500 milhões para o governo e R$ 1,5 bilhão para a sociedade – a transformação digital também devolve ao cidadão mais de 150 milhões de horas antes gastas com burocracia. O número equivale, por exemplo, a um dia inteiro de trabalho de toda a população economicamente ativa da Grande São Paulo.
A Estratégia de Governo Digital 2020-2022, publicada no final de abril último, estabelece a meta de digitalizar 100% dos serviços públicos até o final de 2022. A estimativa é de economia de R$ 38 bilhões em cinco anos – de 2020 a 2025 –, o que deve refletir na eliminação do papel e da burocracia, locação de estruturas, contratação de pessoal para atendimento presencial e redução de perdas com erros e fraudes, por exemplo.