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Como a 4MTI vendeu inovação para o Ministério Público de MG

Conheça a trajetória da 4MTI, Startup que participou do Programa de Aceleração do BrazilLAB.
Em 01 de October de 2018

Vender inovação para o poder público é um desafio e tanto. A burocracia e a falta de vontade política muitas vezes tornam o caminho árduo, longo e, para grande parte dos empreendedores, desanimador. No entanto, já começamos a testemunhar o sucesso daqueles que persistem, encontrando um caminho em meio a este labirinto. É o caso da 4MTI, empresa de soluções em tecnologia e dados públicos criada pelos mineiros Matheus Moreira e por Marcos Rabelo Moreira -- que, apesar de terem o mesmo sobrenome, não são irmãos.

Tudo começou em meados de 2015, quando os dois empreendedores trabalhavam no Tribunal de Contas de Minas Gerais. E sentiam, de perto, o incômodo que todos conhecemos: “nós convivíamos diariamente com o problema da prestação e de avaliação contas,” lembra Matheus. Em 2017, a 4MTI  participou do programa de aceleração do BrazilLAB.

 

Boas intenções, más consequências

Ambos compartilhavam da vontade de tornar esses processos mais transparentes e integrados. Então, reuniram-se fora do expediente para criar uma solução, batizada de “Fiscalize Agora”. Só não faziam ideia de que a iniciativa causaria “incômodo” nas esferas superiores. Resultado: acabaram demitidos.

Mas engana-se quem pensa que isso frustrou os empreendedores. Após saírem, eles resolveram aprimorar a solução, que passou a se chamar “Diagnóstico Público”. E montaram a 4MTI para vendê-lo. “A empresa surgiu dessa frustração de querermos fazer o bem,” conta Matheus Pereira.

O registro da organização aconteceu no primeiro semestre de 2016, e o modelo de negócio estava bem definido: levar informação para o gestor público por meio da tecnologia, de modo a ajudá-lo a entender o processo de gestão como um todo. O objetivo principal também era promover maior controle das contas públicas.

 

Um longo caminho

A solução estava desenhada, e o modelo, definido. Só faltava um ponto fundamental: os clientes. Sem saber muito por onde começar, os empreendedores decidiram entrar em contato com todos os órgãos que poderiam precisar da solução. O Ministério Público de Minas Gerais estava entre eles e, desde a primeira apresentação, o órgão vislumbrou o potencial da ferramenta. “Apresentei o Diagnóstico Público, fizemos vários testes, e todos deram resultados muito positivos,” relata Matheus; assim, no meio de 2016, a 4MTI começou a conversar com o órgão para a implantação do sistema.

Ao longo de quase dois anos, o projeto foi detalhadamente apresentado e amplamente debatido por todos os setores do Ministério Público, tendo atendido “todos os requisitos para contratação”, de acordo com Matheus.

 

Crença e persistência

Mas há um detalhe importante: o Diagnóstico Público não foi desenvolvido especialmente para o Ministério Público. “Eles contrataram a 4MTI para implantar um sistema próprio deles,” relata Matheus Moreira. Ao todo, o processo levou dois anos e meio para terminar. No entanto, Marcos e Matheus acreditavam na solução que estavam oferecendo, e sabiam que tinham o know-how para seguir adiante.

A contratação pelo Ministério Público comprovou isso. E Matheus não tem dúvida de que tanto essa crença no valor a ser entregue como a resiliência foram determinantes. “Tem que persistir. Se você realmente entende do negócio e está preparado, tem que persistir,” conta ele, que também valoriza os aprendizados adquiridos ao longo do caminho: “nós sempre fomos muito técnicos, então aprendemos a vender. Isso faz toda a diferença, tem que entender a motivação de quem compra,” conclui Matheus Moreira.

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