Hoje, dia 28 de junho, completamos 53 anos da Revolta de Stonewall. Esse evento marcou não só a história, como também o calendário mundial com a criação do Dia do Orgulho LGBTQIA+. Mas o que nos separa desse protesto há tantos anos atrás? A inovação parece não alcançar a parte da população que hoje vai às ruas para relembrar esse ato e ainda há muito o que se fazer sobre isso.
BAIXA REPRESENTAÇÃO NO ECOSSISTEMA
De acordo com uma pesquisa feita recentemente pela Abstartups (Associação Brasileira de Startups), o Brasil conta com mais de 13 mil inicitivas no nicho de empreendedorismo. Porém, dentro desse número somente 3,9% possuem fundadores homossexuais, 1,5% bissexuais e 0,1% transgêneros, enquanto 0,2% possui outra orientação sexual. Isso significa que só 741 das startups no Brasil tem em sua fundação alguém da sigla. Para comparar, atualmente 2,9 milhões de pessoas se declaram homossexuais ou bissexuais, de acordo com pesquisa do IBGE.
Em cargos fora da chefia, os números seguem o mesmo padrão de baixa representatividade. De acordo com uma pesquisa realizada em 2021 pela Consultoria Mais Diversidade, só 3% da população LGBTQIA+ entra no setor de empreendedorismo e inovação. Além disso, 41% afirmam ter sofrido discriminação no ambiente de trabalho por sua orientação sexual ou identidade de gênero (dados da Santo Caos). Infelizmente, os números fora do mercado de trabalho também não são animadores: Na pandemia de Covid-19 o desemprego atingiu 21,6% da população LGBTQIA+ (dados do Coletivo #VoteLGBT), enquanto o índice geral brasileiro foi bem menor, em 12,2% (IBGE).
CONTRATAÇÃO E ATUAÇÃO
Como é possível melhorar esse cenário? Normalmente o primeiro passo é a contratação de profissionais LGBTQIA+. Apesar da simplicidade teórica, essa não é uma tarefa fácil. Em uma pesquisa realizada pelo Center for Talent Innovation, 33% das empresas brasileiras não contratariam pessoas LGBTQIA+ para cargos de chefia, por exemplo. Portanto, é preciso também seguir métodos para vencer o preconceito dentro do próprio ecossistema e chegar aos passos necessários.
A Camaleoa.co é um bom exemplo na criação de um sistema de inclusão para além da contratação. A startup auxilia outras organizações a aumentarem a representatividade dentro do ambiente de trabalho com uma curadoria de talentos LGBTQIA+ e capacitação educacional das empresas contratantes. Com as duas vertentes é possível não só inserir trabalhadores da sigla, mas também garantir um ambiente em que eles possam permanecer dentro da empresa com um risco muito menor de discriminação.
Na Rede BrazilLAB temos também um ótimo exemplo: a TAQE, startup acelerada no Batch #1 da Força Tarefa Covid 19, aprimora o processo de contratação para empresas e, neste ano, lançou o programa "Festival de Diversidade no RH". O Festival será realizado online e gratuitamente no dia 30 de junho, com uma programação repleta de insights, cases de sucesso e boas práticas para profissionais de Recursos Humanos sobre como melhorar suas estratégias de diversidade e inclusão.
REDE BrazilLAB INDO ADIANTE
Além da TAQE, também contamos com outras aceleradas que apoiam e atuam ativamente para auxiliar a causa LGBTQIA+:
O BrazilLAB TAMBÉM FAZ A DIFERENÇA
Não poderia faltar também a nossa parte dentro dessa luta. Internamente já mantemos um ambiente de inclusão e diversidade, e decidimos neste ano adotar mais uma estratégia para marcar o nosso apoio à causa LGBTQIA+. Nossas comunicações digitais (redes sociais e site), incluindo esta mesma matéria, passarão a adotar a linguagem neutra, com o uso de substantivos uniformes, pronomes e artigos indefinidos, além de alternativas neutras no geral. A linguagem neutra é uma forma simples de inclusão tanto para quem não se encaixa na binaridade de gênero, quanto para acabar com a dominação do masculino.
Convidamos todas as startups, PMEs e demais organizações a fazer a sua parte para tornar o nosso ecossistema mais inclusivo e efetivo para todas as parcelas da nossa população!