É senso comum que, no Brasil, aqueles que concentram mais recursos saem sempre vitoriosos nas campanhas eleitorais. No entanto, em 2018, os gastos nas mesmas foram menos decisivos para a eleição de deputados federais que em pleitos anteriores, segundo o estudo "O poder do dinheiro nas campanhas eleitorais", realizado pela FGV em parceria com a Fundação BRAVA.
A principal explicação para o fenômeno são as novas regras para financiamento de campanhas. Com a proibição de doações por empresas, o poder de arrecadação dos candidatos à Câmara caiu. “Isso favoreceu os outsiders. Você tira a arma dele (o veterano)”, diz o professor da FGV e coordenador do estudo, George Avelino.
Apesar de ter havido queda na concentração de recursos, o cenário ainda não é, diz Avelino, o ideal. “O dinheiro teve menos importância nessas eleições, mas ainda é muito importante. A gente conseguiu melhorar razoavelmente a competitividade, mas não estamos no paraíso”, conclui.
O estudo, além de realizar uma análise das eleições brasileiras, trouxe como este financiamento é realizado em diversas partes do mundo, além de apresentar melhores práticas a serem levadas em consideração para eleições futuras.
Quer ler o estudo completo? Baixe o conteúdo aqui.
O UM BRASIL, plataforma Multimídia apoiada pela FecomercioSP, juntamente com a Fundação BRAVA e parceria com o Cepesp-FGV, realizou uma série de entrevistas referentes ao sistema eleitoral e seu financiamento. O projeto contou com os depoimentos do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, o coordenador do estudo da FGV, George Avelino, a cientista política do Cepesp-FGV, Lara Mesquita e os cientistas políticos Jonathan Phillips, da Universidade de São Paulo, e Scott Desposato, da Universidade da Califórnia.
Confira a íntegra das entrevistas a seguir:
O ministro defende uma reforma política, afirmando que, com o modelo atual, a grande maioria dos eleitos derivam da lógica de distribuição dos votos dentro dos partidos. Saiba mais aqui.
O pesquisador da FGV entende o que o dinheiro não apresentou mais influência decisiva nas últimas eleições. “Perderam os candidatos homens, mais bem educados e que tinham acesso aos recursos empresariais.” Saiba mais aqui.
Vídeo - No Brasil, qualquer gasto de campanha precisa ser informado ao órgão regulador, o Tribunal Superior Eleitoral. Assim, mesmo que nosso sistema ainda sofra diversos problemas, estamos avançados, quanto a este quesito, em relação à outros países. Saiba mais aqui.
Vídeo - A ganância desvia a utilização do financiamento eleitoral para o uso próprio dos candidatos, sendo responsabilidade da sociedade civil estabelecer um modelo a ser seguido para “enquadrar os políticos”. Saiba mais aqui.