Diante de uma pandemia, surgem novas questões que exigem respostas rápidas. Por conta disso, o BrazilLAB lançou o Força-Tarefa Covid-19, um programa que tem como objetivo mapear e acelerar tecnologias que possam ajudar governos a enfrentar os desafios impostos pela pandemia de coronavírus.
Elaborado com o apoio de parceiros, o programa se estenderá até dezembro deste ano. Serão selecionadas, por meio de um edital, startups, pequenas e médias empresas que ofereçam soluções implementáveis para as esferas municipal, estadual e federal nas áreas de educação, digitalização no poder público e inclusão produtiva.
O lançamento oficial do Força-Tarefa Covid-19 aconteceu no último dia 10 de julho, por meio de um webinário. O evento digital contou com a participação de Letícia Piccolotto, fundadora e CEO do BrazilLAB, Georgia Pessoa, Diretora executiva do Instituto Humanize, e Vivianne Naigeborin, Diretora-Superintendente da Fundação Arymax.
Em sua fala, Letícia afirmou que o objetivo do projeto foi mobilizar a rede do BrazilLAB para enfrentar os desafios socioeconômicos que já existem e os que virão. E enfatizou o papel da digitalização: “com a pandemia, a transformação digital passa a ser ainda mais necessária. Muitos empregos foram perdidos, esse é o cenário que está posto. Precisamos de soluções que nos ajudem a superar isso, e a inovação é imprescindível nesse processo.”
A seguir, ela falou sobre como as Govtechs podem ajudar o país a enfrentar a pandemia. “Muitas startups já modelaram soluções para atender desafios complexos dos municípios, dos estados e do governo federal. E este é o momento de convocá-las, de mobilizá-las para que pensem em soluções para o enfrentamento dessa crise tão séria.”
A Força-Tarefa, explicou a CEO do BrazilLAB, terá exatamente essa função. “A iniciativa vai selecionar e aperfeiçoar 30 tecnologias que solucionem desafios de poder público causados pela pandemia.” Será realizada uma aceleração “mais focada” para ajudar as startups a modelarem soluções B2G. Também haverá conexão com o poder público por meio de road shows virtuais, de modo a aproximar essas soluções de quem toma a decisão. Haverá, ainda, um edital artístico para “registrar as formas como a arte está traduzindo um momento tão delicado para todos nós.”
A seguir, Letícia explicou que a Força-Tarefa será dividida em dois batches de aceleração: de julho a setembro, serão selecionadas 15 startups - as inscrições já estão abertas aqui [https://forcatarefacovid19.brazillab.org.br/] e se encerram em 27 de julho. E de outubro a dezembro serão selecionadas mais 15 startups. A divisão ocorreu porque, de acordo com a CEO do BrazilLAB, “a crise vai se esticar, então é importante que mantenhamos esse fluxo de soluções sendo apresentadas pro governo de forma constante.”
Georgia Pessoa, do Instituto Humanize, enfatizou o papel das Govtechs, e da tecnologia no geral, em um momento tão crítico: “as startups aceleram uma série de soluções para enfrentarmos esses desafios. O hardware e o software, as tecnologias sociais, as novas formas de enfrentar velhos problemas, tudo isso vem se somar aos nossos esforços de conscientizar as pessoas para a importância da filantropia, da consciência social em um período muito desafiador”.
Para Vivianne Naigeborin, o mundo do empreendedorismo é sinônimo de agilidade. “Os empreendedores estão acostumados a trabalhar num ambiente dinâmico, têm uma gestão adaptativa. Então, em um momento de tantas incertezas, em que estamos diante de um novo mundo - cujo futuro veio mais acelerado e chegou muito antes do que nós imaginávamos -, é fundamental envolvermos soluções empreendedoras na busca do que vai ser o ‘novo normal’”.
Para a Diretora-Superintendente da Fundação Arymax, o período atual faz com que a tecnologia ganhe mais espaço. Mas o aspecto mais importante, segundo ela, é o fato de a inovação nos permitir trabalhar em escala e com custos baixos. “Para além de ser algo que já está no dia a dia, acaba sendo a melhor saída para enfrentarmos problemas do tamanho que temos e teremos pela frente.”
Georgia Pessoa lembrou também que toda crise traz uma oportunidade, e que a atual diz respeito ao desenvolvimento sustentável. “Há uma preocupação importante com a perda de renda e de empregos, é fato. Mas estudos recentes já indicam que o Brasil tem um lugar muito vantajoso no campo do desenvolvimento mais sustentável. Tem uma oportunidade aí para canalizarmos investimentos e medidas para fazermos um uso mais adequado dos nossos recursos naturais, preservando determinados cuidados em relação à população. Este é um ângulo importante para nós olharmos, e para os empreendedores também”, concluiu ela.
