A Presidente do Conselho do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, escreve, todo mês, para o UOL, CanalTech e Olhar Digital, sobre assuntos como GovTech, inovação, empreendedorismo feminino e novas tecnologias.
Temas como soluções em tech para tirar o atraso da educação, igualdade de gênero na ciência, a importância do autoteste, assédio no universo virtual e as tendências do ecossistema GovTech foram os destaques de fevereiro.
Todo mês, trazemos um resumo do que foi tratado em cada coluna. Confira agora um resumo dos temas de fevereiro:
Nesta coluna, Leticia ressalta como os dados gerais que temos hoje reforçam a importância da reabertura das escolas. Na América Latina, o Brasil foi o país que mais tempo permaneceu sem aulas presenciais; foram 53 semanas, aproximadamente 13 meses, em comparação a 42 semanas, ou 10 meses, nos demais países da região. O cenário é assustador: em 2020, mais de 5 milhões de crianças e adolescentes ficaram sem qualquer tipo de aula — incluindo o ensino remoto.
Paralisia não é a solução. Nos últimos anos, o Brasil alcançou avanços fundamentais na universalização do acesso ao ensino fundamental, e agora vemos retrocessos tão perigosos e alarmantes. Para quem, assim como eu, tem filhos nessa idade, o cenário é absolutamente desolador. Mas não podemos deixar que o medo seja paralisante. A educação é um direito e precisamos garantir que todos tenham acesso a ele. É nossa responsabilidade garantir que as crianças possam ter acesso à aprendizagem, etapa tão fundamental para tudo o que vem depois nos anos do ciclo educacional.
Por sorte, os especialistas já apontam caminhos possíveis para reverter o quadro. Será imprescindível contar com a tecnologia, especialmente com soluções disruptivas que possam trazer velocidade e escala, tão necessárias nesse momento.
Letícia escreveu sobre igualdade de gênero e as barreiras que as mulheres encontram na ciência. Aproveitou para explorar o assunto pois dia 11 de fevereiro foi o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.
A data foi criada em 2015 pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) para celebrar e promover a participação feminina nas diversas áreas de conhecimento das ciências. A igualdade de gênero é um tema prioritário para as Nações Unidas, porém apenas 33% dos pesquisadores são mulheres e, em áreas disruptivas, como inteligência artificial, representamos apenas 22% dos profissionais.
No Brasil, 54% dos títulos de doutorado foram obtidos por mulheres, embora somente 25% dos diplomas se concentrem nas áreas de matemática e ciência da computação.
Em janeiro e fevereiro observamos um assustador aumento de casos de covid-19 no Brasil e no mundo, especialmente em virtude da variante ômicron, que é mais contagiosa e tem se mostrado prevalente no país. Com mais casos, o resultado imediato é o aumento da pressão sobre os sistemas de saúde. Cenas que eram vistas em um passado longínquo, retomam os jornais, e voltamos a ver centros de saúde cada vez mais lotados. Com isso, o debate sobre o autoteste é necessário. Ele não é tão preciso quanto o chamado PCR —descrito por diversos especialistas como o "padrão ouro"—, mas tem sido encarado como uma poderosa estratégia para enfrentar a pandemia.
Em teoria, ter acesso a testagem que pode ser feita em casa permite uma prevenção mais efetiva, permitindo que uma eventual contaminação seja identificada e o isolamento seja feito desde os primeiros sintomas. A aprovação dos autotestes tem sido muito celebrada, mas ela é apenas um primeiro passo para a utilização dessa tecnologia. Saiba mais sobre o tema no artigo de Letícia Piccolotto no UOL/Tilt.
O ano de 2022 traz a certeza de que estamos caminhando a passos largos para a concretização da Lei de Moore. O mundo físico e analógico cada vez mais se mescla com o ambiente online. Trabalhamos, nos relacionamos, fazemos transações bancárias, compras e tantas outras coisas com o uso de dispositivos virtuais.
Mas, para Leticia Piccolotto, a perspectiva é que tudo se transforme com a chegada do metaverso. Esta tecnologia, que tem nome de utopia futurista, e a qual estávamos acostumados a ver somente nos filmes e livros de ficção científica, parece ter chegado para ficar. Seu potencial é tão grande que fez até o Facebook mudar seu nome para Meta. Na prática, o metaverso é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como realidade virtual, realidade aumentada e hologramas. No fim do ano passado, por exemplo, a Meta esteve envolvida em um caso de assédio.
Tudo isso aconteceu dentro do Horizon Words, um serviço que permite a criação de avatares digitais que podem interagir com os de outros usuários. O assédio, especialmente contra mulheres, é algo estrutural. Por isso, não é necessariamente surpresa que ele pudesse acontecer no ambiente virtual, sendo ele uma extensão do que vivemos no mundo físico.
Isso em nada diminui a gravidade do ocorrido ou altera uma verdade absoluta: casos de assédios são inaceitáveis e precisam ser combatidos ativamente. Letícia abordou mais sobre esse tema neste artigo publicado em sua coluna no Olhar Digital.
Nesta coluna, Leticia Piccolotto ressalta como a transformação digital tem nos apoiado a enfrentar muitos desafios, principalmente, no serviço público. Essa não é uma constatação só minha, mas de muitos outros especialistas que acompanham a série de soluções tecnológicas que estão desburocratizando os serviços oferecidos pelo governo.
As novas tecnologias terão papel fundamental. Muitas delas ainda são uma novidade para nós, como o metaverso, um ambiente virtual que combina de forma inédita o mundo físico ao digital. Imagine as infinitas possibilidades que surgem com isso: diferentes profissionais — de saúde a engenharia —podem trabalhar simultaneamente em projetos digitais que, ao final, serão implementados no mundo físico; avanços na comunicação entre órgãos públicos e cidadãos; além das múltiplas possibilidades de aprendizado e desenvolvimento de habilidades.