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Rafael Vivolo, CEO da MGov, conta como surgiu a empresa que foi uma das selecionadas no DemoDay 2017, do BrazilLAB
Não é novidade para ninguém que um dos maiores problemas enfrentados pelo poder público é a comunicação com os cidadãos. Por mais que existam canais específicos, existem muitos entraves que impedem que a mensagem correta chegue a todos -- principalmente àqueles que têm acesso restrito a esses canais e outras tecnologias. Por outro lado, faltam, aos gestores públicos, informações precisas, que os auxiliem a tomarem as decisões corretas.
Foi para dar uma resposta a este diagnóstico que a MGov Brasil nasceu, em 2012. “Percebemos que faltavam ferramentas eficientes em políticas públicas em dois lados”, conta Rafael Vivolo, CEO da empresa. “De um lado, uma ferramenta que auxiliasse o gestor a decidir, melhorando o uso do dinheiro; de outro, o atendimento correto ao cidadão da ponta, que raramente é consultado; faltava dar voz a essa população”.
Não faltam celulares, mas rede
Vivolo conta que acompanhou iniciativas para solucionar esse descompasso na África: “o Banco Mundial investiu na criação de canais de linha direta, mas distribuíam aparelhos de celular”, relata. A diferença é que, no Brasil, essa distribuição não é necessária, pois 93% da população do país têm celular. O problema é que cerca da metade não tem acesso à internet.
O empreendedor constatou, então, que a solução não passaria pela criação de um aplicativo. A saída foi apostar em uma tecnologia um pouco mais “tradicional”: o SMS. “Essa é a forma de se chegar a todo mundo. Foi assim que começamos a realizar o sonho de criar esse canal direto, acessível a todos”. A partir daí, Rafael Vivolo e seu time (que hoje chega a vinte colaboradores) desenvolveram um sistema proprietário e passaram a operar globalmente.
Foco no impacto social
Aos poucos, a ideia foi se expandindo para esferas do poder público. “Nascemos só pra trabalhar com o Governo, mas depois fomos ampliando: passamos a trabalhar com fundações, institutos e organizações”, conta o empreendedor. “Porque nosso grande objetivo é trabalhar com impacto social”. Hoje, com a ferramenta -- batizada de ImpactCom --, a MGov ampliou suas fronteiras, também: “trabalhamos fora do Brasil, com alguns governos da Europa e na Costa do Marfim” revela ele.
A ferramenta -- que levou a MGov a ser uma das startups selecionadas no DemoDay 2017, do BrazilLAB -- tem um grande diferencial: as bibliotecas de conteúdo de educação, criadas a partir das informações geradas pela plataforma. “A ideia é trabalhar o engajamento dos pais no acompanhamento aos filhos na escola”, salienta Vivolo, “diminuindo a evasão escolar”.
Hoje, são 140 mil usuários utilizando esse conteúdo -- a ideia é fechar o ano de 2017 com 187 mil. E, para medir o impacto social com mais precisão, a MGov recorreu a Stanford: “fizemos uma avaliação de impacto junto à Universidade, e descobrimos que a ferramenta contribui para uma melhora do Ideb -- Índice de Desenvolvimento da Educação Básica -- em até 0,4%”.
Recentemente, a MGov deu novo foco ao ImpactCom, orientando-o também para a educação financeira. “Queremos contribuir para o aumento do índice de poupança, para a diminuição da inadimplência”, conta VIvolo. Para isso, a empresa desenvolveu um projeto piloto com a Caixa e o BNDES para alcançar, neste momento, dez mil pessoas.
Parceria com o BrazilLAB
Para Rafael Vivolo, a aproximação com o BrazilLAB foi fundamental nesse processo. “O BrazilLAB é o primeiro programa de aceleração com foco em aproximar as startups do governo. Nós nos inscrevemos no programa de aceleração, mas sabíamos que o funil era difícil. Quando descobrimos que fomos selecionados, foi uma surpresa muito surpresa”.
Para Vivolo, o principal diferencial é o apoio jurídico e a proximidade com gestores públicos que o BrazilLAB ofereceu. “Nós até mudamos o produto ao longo da aceleração; mudamos a apresentação. Esse contato com os governantes foi fundamental para reposicionarmos o ImpactCom”.
Outro ponto ressaltado pelo empreendedor é a possibilidade de “calçar os sapatos do gestor público”. “No BrazilLAB, encontramos pessoas que trabalharam no governo, então pudemos ter uma noção mais exata de como a nossa ferramenta teria que funcionar”.
Para o futuro, Rafael Vivolo espera consolidar -- tanto o produto quanto as parcerias com prefeituras. “No curto prazo, a contratação de inovação pelo governo é difícil, são poucas as startups que conseguem vender para o poder público. Por isso, num primeiro momento, nossa ideia é implementar o produto, principalmente por acordos de cooperação”.
Mas ele é otimista em relação ao médio prazo: “vamos destravar essas vendas. Daqui a doze meses, estou certo de que estaremos tendo uma nova conversa com o produto já implementado e difundido”, completa. E a julgar pela trajetória da MGov até aqui, não há porque discordar dessa certeza.
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Aceleração BrazilLAB 2018
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