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Inovação no Setor Público em pauta na Brazil Conference

BrazilLAB esteve presente na conferência realizada nas universidades Harvard e MIT
Em 11 de April de 2018

A Founder do BrazilLAB, Letícia Piccolotto Ferreira, participou no último sábado (07) da Brazil Conference at MIT & Harvard, realizada em Boston-EUA. Ao lado de Guilherme Leal (Natura), Hussein Kalout (Secretaria de Assuntos Estratégicos), Lúcia Dellagnelo (CIEB) e Marina Cançado (Flow Brasil), Letícia debateu no painel "Inovação no setor público: novas ideias, pessoas e práticas" e falou sobre a inovação no setor público e o quanto é importante estar atento a novas ideias, pessoas e práticas.

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Em sua participação, Letícia destacou que a disrupção no Governo vai acontecer mais cedo ou mais tarde. “A sociedade demanda serviços públicos de qualidade e, por outro lado, os gestores públicos sofrem com a baixa capacidade de investimento. É evidente que precisamos encontrar novas fórmulas e novas soluções para enfrentarmos esse cenário”, ressaltou.

Letícia PiccolottoLetícia também destacou que no Brasil já existem experiências bem sucedidas onde a tecnologia chegou para somar com o poder público. “No BrazilLAB já passaram mais de 1.300 empreendedores interessados em modelar soluções para o setor publico. Alguns dos empreendedores apoiados por nós já estão usando a tecnologia para reduzir índices de evasão escolar, de pacientes com doenças crônicas, de desperdício do lixo, de melhoria dos controles e gastos públicos, entre outros. Se o Governo pautar a demanda, boas soluções serão apresentadas pela sociedade. O Brasil é um país extremamente empreendedor”.

No painel também foi debatido os novos arranjos e arcabouço jurídico que permita e fomente a inovação. “A inovação passa por novos arranjos institucionais de parceria entre o setor público, privado, academia e o terceiro setor. Só colocando vários atores na mesa é que teremos um análise mais completa do diagnóstico e das possíveis soluções”, destacou Letícia.

A Brazil Conference at MIT & Harvard é um evento anual organizado pela comunidade brasileira de estudantes nas duas famosas universidades, desde 2015. Os dois dias de evento contaram com a presença de pessoas renomadas e engajadas na transformação da realidade brasileira, que discutiram temas como empreendedorismo, política, Lava-Jato e corrupção, agricultura e tecnologia, Copa do Mundo e imprensa.

Assista na íntegra o painel:

 

Carlos BrittoCompetitividade, gestão e tecnologia

Na sexta-feira (06), ocorreu um dos debates mais concorridos da conferência. Com o tema “Competitividade, gestão e tecnologia: avançando fronteiras”, o painel abordou a situação econômica e política brasileira. O debate contou com a presença de Carlos Brito (foto, à dir.), presidente da cervejeira AB InBev, David Neeleman, fundador e presidente do conselho da empresa aérea Azul, Alexandre Behring, um dos fundadores do fundo de investimentos 3G e presidente do conselho da empresa de alimentos Kraft Heinz, e André Street, fundador da Stone-Co, startup brasileira da área financeira.

O presidente-executivo da AB InBev, Carlos Brito, disse no encontro que "o Judiciário está mudando o Brasil", que o Estado "é maior que deveria ser" e que "faz coisas erradas porque a sociedade estimula". Na visão dele, um caminho possível para mudar a situação é regulamentar a atividade dos lobistas.

Brito também abordou a resiliência que o empreendedor brasileiro precisa ter. "No Brasil, o empreendedor tem que ter visão de longo prazo e estômago para enfrentar o curto prazo", destacou.

Já o fundador da Azul e um dos donos da TAP, David Neeleman, disse que o Brasil precisa de transparência na política, criticou as leis trabalhistas, defendeu a reforma da previdência e um “governo menor com incentivo para melhorar a economia”.

"Estamos num momento em que as coisas estão mudando", disse o empresário. Ele fez ainda uma comparação entre os cenários políticos brasileiro e americano, lembrando que os empresários dos EUA tendem a buscar uma carreira política, enquanto no Brasil fogem dela.

André Street, fundador da Stone-Co, destacou as mudanças no mercado financeiro na busca pela regulamentação do setor no futuro. “O mercado financeiro está mudando radicalmente. Nós estamos trabalhando também na regulação do futuro. Isso é muito importante para a sobrevivência do negócio”.

Lava-Jato no centro da discussão

A procuradora-geral da República Raquel Dodge fez uma veemente defesa de prisões após condenação em segunda instância e um apelo pelo fim da impunidade no país. “O Brasil tem sede de justiça”, disse, abrindo a sua fala no painel intitulado “O legado da Lava Jato para combater a corrupção”.

Raquel centrou seu argumento em favor de três pontos principais. A lei da colaboração premiada, que incentivou a quebra da lei do silêncio que costumava imperar nos crimes de mais difícil apuração, o acordo de leniência, que beneficiou empresas infratoras dispostas a cooperar com a Justiça, e as prisões após condenação em segunda instância.

Ao mencionar os avanços conquistados nos últimos anos, Raquel citou grandes investigações - Mensalão e Lava Jato - como "prova de que a percepção de grande parte da sociedade e dos agentes públicos em relação ao princípio da igualdade mudou".

Ela falou também sobre "a separação entre a ‘coisa’ pública e a privada, a cobrança feita a gestores públicos para que ajam com honestidade e integridade e a efetividade da justiça como medidas que relevam esse novo momento".

 AnittaO empreendedorismo de Anitta

A cantora funk Anitta foi um dos principais nomes da conferência. No sábado (7), ela surpreendeu a plateia ao falar com desenvoltura sobre empreendedorismo, além de mostrar ter uma sofisticada visão comercial de longo prazo.

Anitta dividiu com os presentes qual foi sua estratégia para conquistar o mercado mundial da música. "Vi que os três grandes mercados digitais são os de língua inglesa, língua espanhola e o português, porque o Brasil é muito grande. Eu pensei: se eu conseguir unir os números (de audiência) do Brasil e da América Latina, vou me equiparar aos do público em inglês", disse.

 

Futuro dos investimentos no Brasil

Um dos donos da rede de lojas brasileiras Renner, José Gallo, fez parte de um painel que discutiu sobre como incorporar as lições do passado e presente para alavancar o Brasil como um excelente país para investimentos e negócios.

Gallo lembrou que, apesar da crise política, o Brasil está crescendo e o futuro aguarda jovens, e até empresários, dispostos a entrar na vida política brasileira para mudar o país. “Eles estão cansados do quadro atual e querem ser o objeto de mudança”, disse.

 

Luciano HuckHack Brazil

No painel do Hack Brazil, comandado pelo apresentador Luciano Huck, estavam o empresário Henrique Dubugras e Hugo Barra, VP da divisão de realidade virtual do Facebook e head do time Oculus. Ao longo da conversa, Barra destacou os projetos em que tem trabalhado, com uma quebra de paradigmas computacionais. Como ele explica, em vez de telas planas e retangulares em celulares, aparelhos de televisão e cinemas, o próximo passo seria apostar na realidade virtual e aumentada – em que o usuário estará de fato inserido na tecnologia.

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