A founder do BrazilLAB, Letícia Piccolotto, foi destaque do artigo "Aplicativos facilitam acesso e controle de serviços públicos", publicado na edição desta sexta-feira (30/11) do Jornal O Valor Econômico. A matéria traz destaques de Startups que já estão atuando com governos e reforça que o mercado das GovTechs está crescendo no Brasil. Confira o artigo abaixo:
O segmento de tecnologia para cidades inteligentes no Brasil deve movimentar, até 2020, cerca de US$ 59 bilhões, e mais startups estão de olho nesse mercado. Quem garante é Letícia Piccolotto, fundadora do BrazilLab, organização sem fins lucrativos que mantém desde 2016 um programa de aceleração para empresas que desenvolvem soluções para o atendimento à população e governos, também conhecidas como "govtechs".
Em dois anos, a iniciativa apoiou 26 empreendimentos e o objetivo é acelerar mais 30 até o início de 2019. Em 2018, o programa de aceleração recebeu 265 inscrições, ante 252 em 2017, de 22 Estados e do Distrito Federal. Do total de inscritos, 31% das empresas já têm soluções nas ruas. "O papel da tecnologia é cada vez mais fundamental para a melhoria dos serviços públicos", diz.
Entre as startups aceleradas pelo BrazilLab estão a Cuco Health, que desenvolveu um aplicativo que ajuda a reduzir filas nas unidades básicas de saúde em Juiz de Fora (MG); e a MobiEduca.me, plataforma de combate à evasão escolar que reduziu o problema em 76%, segundo a entidade, em escolas do Piauí. Outras aceleradoras de negócios, como Artemísia e StartupFarm, também ajudam empreendimentos do setor.
Para Rodolfo Fiori e Ricardo Ramos, fundadores da startup Muove Brasil, o foco é prover eficiência fiscal às cidades. Criada em 2015, a empresa desenhou uma plataforma on-line que auxilia municípios com até 500 mil habitantes a administrar melhor as finanças e ter mais recursos livres para bancar políticas públicas.
"A ferramenta coleta dados de receitas e despesas, e identifica ineficiências na arrecadação e nos gastos municipais", diz Fiori, eleito pelo Massachusetts Technology Institute (MIT) um dos 35 jovens latino-americanos mais inovadores, em 2018. Em média, diz ele, é possível garantir até 5% a mais de fôlego financeiro, em comparação a orçamentos que não usam a facilidade.
A tecnologia da Muove já foi implementada em mais de 100 municípios, em Estados como São Paulo, Bahia e Tocantins. Custa R$ 150 mil ao ano. A expectativa é triplicar a quantidade de clientes em 2019.
Na OnBoard Mobility, que opera em São Paulo e já assinou um contrato em Belo Horizonte (MG), a oferta é um app que facilita a compra do bilhete único para transportes públicos. Com ele, o passageiro faz o pagamento no celular utilizando opções de crédito ou débito. Já são mais de 15 mil usuários na capital paulista e há negociações em curso em mais de 15 cidades.
Somente em São Paulo, a startup já vendeu mais de 150 mil viagens em menos de seis meses. Com a facilidade, o tempo de aquisição do bilhete pode cair de até duas horas, em postos de atendimento, para pouco mais de um minuto, via celular. Dependendo do contrato, a OnBoard Mobility recebe uma comissão pelas vendas ou uma taxa de conveniência dos usuários.
"Estamos desenvolvendo novas alternativas para melhorar o atendimento no transporte, como a emissão de bilhetes com entrega em domicílio", diz o CEO e co-fundador Luiz Renato M. Mattos, que já recebeu R$ 160 mil em aportes de instituições como o Ford Fund, Toyota Mobility Foundation e o governo de Minas Gerais.
Soluções de mobilidade em grandes cidades também estão na mira da Ti.Mob, de Belo Horizonte, e da paulistana Bynd. A primeira atua em dez prefeituras de três Estados com a gestão do estacionamento público rotativo. "Vendemos créditos eletrônicos para carros e motocicletas, e fornecemos um aplicativo para que o município possa fiscalizar o pagamento de quem usa as vagas", explica o gerente de novos negócios Danilo Delfim.
Na Bynd, em operação desde 2015, o carro-chefe é um sistema de caronas corporativas que atende mais de 30 companhias, como Mercedes-Benz e Klabin. "O aplicativo conecta pessoas que queiram compartilhar caronas, diminuindo o uso de carros, vagas de estacionamento e ônibus fretados", diz o co-fundador Gustavo Gracitelli. A mensalidade varia de R$ 1 a R$ 10, por colaborador, de acordo com o volume de funcionários da empresa contratante. O negócio deve faturar R$ 680 mil em 2018, o dobro do valor obtido em 2017.
*Confira o artigo no site do Jornal O Valor Econômico.