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Promovendo a inovação nos serviços públicos - Um artigo de Letícia Piccolotto, no JOTA

A founder do BrazilLAB apresenta, neste artigo, os desafios a serem vencidos pelo Setor Público no caminho rumo à inovação.
Em 23 de August de 2019

Como é que os serviços do Brasil podem chegar a níveis de desenvolvimento tais como os do Reino Unido, da Austrália e dos EUA? A resposta não poderia ser outra: investimento em pesquisa e desenvolvimento de serviços de informação e softwares. Enquanto a média de repasses para esta área é de 29% nos países que compõem a OCDE, o Brasil apresenta um percentual de apenas 4,5%. Um estudo recente da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico dá pistas de como chegar aos índices destes países. Sobre esses passos, escreveu nossa fundadora, Letícia Piccolotto, no JOTA.

 

Mudança de Cultura

A Mudança de Cultura é um desafio não só no Setor Público, como também no privado. Isso se dá, principalmente, pelo fato de haver a necessidade de que todos unam seus esforços “todos os graus hierárquicos, do auxiliar administrativo ao diretor de departamento”, aponta Letícia. O setor privado, por exemplo, mesmo já entendendo a necessidade de culturas mais rápidas, como as das startups, encontra o principal entrave na resistência dos gerentes.

O estudo da OCDE aponta três ações cruciais, através da mudança cultural, para que a inovação seja eficaz:

  • Criar mecanismos que garantam o acesso à informação; 
  • Fechar parcerias entre governos e iniciativa privada para melhorar os processos;
  • Repensar as regras e atividades internas das repartições a fim de reduzir os riscos e facilitar as mudanças.

 

Investimento nas Pessoas

Além das mudanças nas próprias estruturas governamentais e da cooperação entre todos os níveis, outro ponto apresentado pelo estudo é a necessidade de que os governos invistam na capacitação de seus funcionários. Entre as habilidades necessárias à qualquer equipe que busque a inovação de processos, destaca-se a “iteração, ou seja, a criação de protótipos sucessivos, no esquema de tentativa e erro, com o objetivo de obter o refinamento dos processos”, explica Letícia.   

No início de junho, a Secretaria Especial de Fazenda do Ministério da Economia, o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a Superintendência de Seguros Privados divulgaram um comunicado conjunto no qual anunciam a intenção de implementar um sandbox regulatório para as fintechs no Brasil. O sandbox é uma área virtual criada para testar programas sem o risco de danificar o sistema, para averiguar se há falhas e corrigi-las com antecedência.

Dessa forma, haverá espaço para as startups operarem com um número reduzido de clientes e condições determinadas pelo órgão supervisor para checar se a regulamentação existente está adequada, ou se é necessário elaborar uma legislação específica para esse fim. Neste projeto, assim como em qualquer um que preze pela inovação de serviços e processos, o foco deve ser mantido no público, com políticas voltadas exclusivamente às suas necessidades. 

 

Curiosidade é a peça-chave

A curiosidade, segundo o documento da OCDE, é peça-chave no andamento da inovação; portanto, é recomendável que seja priorizada e incentivada nos funcionários. Essa criatividade pode ser obtida tanto por meio de insights, através de pesquisas feitas com o público e aliança com parceiros que pensem de maneira diferente, sendo todos esses pontos muito úteis para se chegar às mudanças.

Em todas as fases de produção criativa, a comunicação com a equipe e entre os usuários precisa ser didática e transparente. Isso pode ser obtido por meio de narrativas que expliquem o desenvolvimento das ações e prendam a atenção do público. A prática, conhecida como storytelling, já é bem conhecida em todo o mundo e passou até a ser realizada em universidades.

“Apesar de valiosas, as sugestões contidas no documento da OCDE não garantem o sucesso da promoção da inovação no setor público”, conclui Letícia, “É imprescindível que haja esforços não só por parte dos governantes para colocar essas propostas em funcionamento, mas também da sociedade civil, que deve ajudar a fiscalizar e cobrar por mudanças. Sair da zona de conforto não é tarefa fácil, mas é a única maneira de evoluir para acompanhar as transformações que acontecem mundo afora, garantindo o desenvolvimento de nosso país.”



Quer ler a matéria na íntegra? Acesse o JOTA (leitura necessita de cadastro do usuário).

 

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