O principal evento global focado em cidades e soluções urbanas inteligentes acabou de quebrar seu próprio recorde. Realizada em Barcelona de 19 a 21 de novembro, a nona edição do Smart City Expo World Congress (SCEWC) foi ainda maior do que no ano passado, em todos os sentidos: 15% de aumento no espaço de exposições, 1.010 empresas expositoras, mais de 700 cidades participantes de 146 países. De acordo com o Instituto de Economia de Barcelona, o impacto econômico do evento - cujo tema neste ano foi “Cidades feitas de sonhos” - foi de 90 milhões de euros.
A programação do congresso foi estruturada a partir de cinco temas:
Dentro desses temas, foram abordados tópicos como cidades orientadas por dados, 5G e o futuro da conectividade, cidades resilientes, gentrificação, sistemas de transporte inovadores, governança em múltiplos níveis, economia colaborativa, economia circular e cidades mais inclusivas.
E entre os palestrantes, estiveram nomes como Janette Sadik-Khan, uma das maiores referências globais em transporte e transformação urbana, Shira Rubinoff, expert em cibersegurança, Laura Tennenbaum, pesquisadora das mudanças climáticas reconhecida pela NASA por sua atuação neste tema, e Jeff Merrit, diretor de Internet das Coisas, Robóticas e Cidades Inteligentes do Fórum Econômico Mundial.
O Brasil marcou importante presença no evento. Duas comitivas oficiais do país, organizadas pela FNP - Frente Nacional de Prefeitos e pelo iCities - Smart Cities Curitiba, levou empreendedores, representantes de órgãos de governo e mais de 10 prefeitos não somente para o SCEWX, mas para uma imersão no que a capital catalã tem de mais inovador e inspirador. O BrazilLAB esteve presente de duas formas: Gabriel Bello Barros, nosso consultor de inovação, realizou uma apresentação no Smart Cities Expo; e a Plataforma Verde, startup acelerada pelo LAB, foi finalista do Smart Cities Award, prestigiada premiação que faz parte da programação do SCEWC.
Barros se apresentou no painel da plataforma de transferência de conhecimento USE (Urban Sustainability Exchange): A Global Platform For and From Citymakers (Trocas de Sustentabilidade Urbana: Uma plataforma global de e para quem constrói as cidades), iniciativa co-liderada entre a Rede Metropolis e a Cidade de Berlim. "O Smart Cities cresce a cada ano. O evento demonstra a consolidação do ecossistema, não somente de grandes empresas, mas também de startups do mundo inteiro. Cada vez mais existe o consenso de que a tecnologia pela tecnologia não resolverá o futuro das cidades, mas sim soluções inovadoras que considerem a experiência do usuário e o cidadão como ator central", afirmou Gabriel.
Já a premiação do Smart Cities Awards aconteceu no dia 20 de novembro, durante o evento, e foi uma disputa sem precedentes. A organização recebeu um total de 450 inscrições de 54 países - e teve muito trabalho para selecionar as 28 iniciativas finalistas em seis categorias diferentes: Prêmio Cidade, Prêmio Ideia Inovadora, Prêmio Transformação Digital, Prêmio Meio Ambiente Urbano, Prêmio Mobilidade e Prêmio Governança e Finanças.
A Plataforma Verde foi finalista da categoria Meio Ambiente Urbano com o case CTR-e (Controle de Resíduos Eletrônico). Trata-se de um software de blockchain criado para rastrear e controlar resíduos que foi doado para a cidade de São Paulo. A solução registra todas as entidades privadas da cidade e os dados relativos aos resíduos gerados por elas: o que geram, como transportam e para onde são levados esses materiais.
O Brasil também esteve presente em outra categoria: Prêmio Cidades, do qual Curitiba foi finalista com o case Vale do Pinhão, ecossistema de inovação da capital paranaense. Resultado de políticas públicas combinadas a uma estratégia de promover o município como uma cidade inteligente, a iniciativa se baseou em cinco pilares: Educação e empreendedorismo; reurbanização e sustentabilidade; legislação e incentivos fiscais; integração e articulação; e tecnologia.