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Startup e Prefeitura de São José dos Campos se unem para despoluir lago com tecnologia

Startup joseense vai coordenar projeto piloto para a limpeza de um dos lagos do Parque da Cidade
Em 22 de May de 2018

A startup O2Eco tem apenas um ano e meio, mas já realizou um grande feito. Conseguiu realizar um projeto piloto de despoluição da água em parceria com a Prefeitura de São José dos Campos. O local escolhido para o teste foi o Lago São José e a técnica consiste em aplicar uma placa de hidrocarboneto no lago, estimulando a proliferação de bactérias já presentes na água que contribuem para a limpeza. Segundo a equipe da O2Eco, os resultados já aparecem de três a cinco semanas.

O evento de lançamento do projeto, que ocorreu em abril, contou com oficinas de educação ambiental.

Um ponto que enriqueceu o projeto foi o plano para multiplicar o conhecimento. “A gente quis dar uma educação ecológica para as crianças”, afirma Joel de Oliveira Jr., um dos sócios da O2Eco. A parceria automática seria a presença de alunos de uma escola municipal. Mas para propagar ainda mais a mensagem, o projeto reuniu alunos da rede municipal, da rede estadual e de colégios particulares.

E para uma conjunção de oportunidades, o campeão mundial de canoagem é de São José dos Campos. Pedro Oliva foi convocado para aplicar o sistema no lago, gerando maior envolvimento da cidade e divulgação na imprensa.

O caminho até o lago

Lago São José dos Campos

Muitas vezes não é uma tarefa fácil entrar em contato com as pessoas certas da esfera pública. Houve tentativas de iniciar conversas com grandes prefeituras de fora do estado de São Paulo, porém foi justamente na sua cidade que o projeto piloto foi viabilizado. E mesmo na casa da O2Eco, o caminho não foi simples.

No início de 2017, empresas fizeram grandes doações de serviços e produtos para a prefeitura de São Paulo. Isso inspirou a startup a ir até a prefeitura joseense para oferecer sua solução para despoluir um lago de aproximadamente 3,5 mil metros quadrados. As primeiras conversas foram pautadas por questões burocráticas, que criavam barreiras para um teste da tecnologia. Mas Joel Oliveira Jr., um dos sócios da O2Eco, não desanimou.

“Eu poderia ter simplesmente colocado a placa com a tecnologia lá no lago. Mas nós precisávamos de um aval, para que os resultados pudessem ser reconhecidos oficialmente. Então eu parti para as redes sociais”. Joel divulgou publicamente que sua empresa tinha a intenção de doar para o Lago São João uma tecnologia capaz de despoluir a água. A mensagem correu pela timeline de seus contatos, atingiu outros círculos sociais e chegou a membros chave do município. Então vereadores e secretários é que entraram em contato e a conversa evoluiu.

Realmente havia barreiras para testes, mas a ideia era tão boa que houve um forte movimento para criar uma via possível. O legislativo e o executivo se uniram e, um ano após o primeiro contato, a prefeitura de São José dos Campos homologou uma lei de inovação.

Ela tem como objetivo avaliar e testar as aplicações de projetos inovadores, em especial startups, e facilitar a implantação dos projetos em obras e serviços públicos locais. Ou seja, não é apenas um mecanismo para viabilizar testes de projetos inovadores em parceria com a prefeitura, mas também uma forma de analisar e avaliar a performance da inovação apresentada, permitindo a inclusão da startup no rol de fornecedores do município.

Este é um claro exemplo de que é preciso resiliência e um esforço conjunto para uma verdadeira transformação. Sem essa iniciativa que envolveu vereadores, Secretaria da Educação, Secretaria da Inovação, Secretaria do Meio Ambiente e a Secretaria de Obras, não seria possível colher os benefícios de uma oportunidade tão clara quanto a doação de uma nova tecnologia que despolui a água.

Sobre os desafios de aproximar o ecossistema de startup e inovação com o poder público, Joel Oliveira destaca duas recomendações. A primeira é sobre ética: “se algo não parece correto, busque outra prefeitura. Existem prefeituras honestas, políticos honestos. E eu acho que é a maioria”, ressaltou. E a outra barreira é a de achar que não se tem o contato certo. "A recomendação é falar, divulgar e mostrar como você acredita na sua solução", concluiu Joel. Assim como aconteceu com a O2Eco nas redes sociais, outras startups podem divulgar seus projetos e fazer sua mensagem chegar nas pessoas certas, engajadas para promover a mudança.

 

BrazilLAB também promove a busca por soluções inovadoras em saneamento

A Iguá abre inscrições para o primeiro Iguá Lab, programa que vai selecionar startups com soluções direcionadas a cinco grandes desafios enfrentados por empresas do setor de saneamento: fintech, perdas de água, comunicação com clientes, treinamento de colaboradores e tecnologia. A iniciativa é promovida em parceria com o BrazilLAB e a Aceleradora Organica.

As startups vencedoras poderão fechar contrato de um ano com a Iguá Saneamento e os empreendedores receberão mentoria com o time de executivos da companhia. Os seis projetos finalistas participarão de uma rodada de apresentação das soluções para a banca examinadora, composta por executivos da empresa, investidores e integrantes do ecossistema de empreendedorismo.

Os empreendedores interessados podem se inscrever na primeira edição do Iguá Lab até 15 de junho pelo site www.igualab.com.br. Os seis projetos finalistas serão avaliados pela banca examinadora em 17 de julho. Na mesma data, serão anunciados os vencedores.

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