*Texto publicado originalmente na coluna semanal de Letícia Piccolotto no UOL/Tilt.
Novembro trouxe novidades no tema mais urgente para a humanidade: a sustentabilidade do planeta. Isso tudo graças a três eventos internacionais que têm mobilizado centenas de milhares de pessoas.
O primeiro deles é a Conferência do Clima da ONU, conhecida como a COP27, que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito —falei mais sobre ela aqui. As COPs acontecem anualmente e são o maior e mais importante evento relacionado ao clima em todo o planeta. Este é o principal fórum para o acompanhamento do Acordo de Paris —assinado por 197 nações— e também para a pactuação de medidas necessárias para a implementação deste importante documento que visa impedir uma catástrofe climática que parece ser iminente. A realização da COP27 em um país do continente africano, onde os impactos da mudança do clima serão sentidos de forma mais profunda, é absolutamente simbólica. Temas altamente sensíveis e controversos devem ser discutidos com a seriedade que lhes é particular. Dentre eles, estão a necessidade de financiamento para perdas e danos e o objetivo global de adaptação. Além disso, foi fundamental o lançamento do V20: o grupo de 20 países mais vulneráveis às transformações no clima. Não há dúvidas: a justiça climática deve ser a tônica de todo o evento.
O segundo foi o WebSummit, maior evento de inovação e tecnologia do mundo, que reuniu, entre os dias 2 e 4 de novembro, mais de 70 mil pessoas na cidade de Lisboa, Portugal. Tive a oportunidade de acompanhar a programação da conferência e fiquei maravilhada com o avanço da agenda de inovação e tecnologia, especialmente liderado pelas 2.600 startups de diferentes países que se apresentaram no evento. Mas, na realidade, o que foi surpreendente mesmo é reconhecer que o tema da sustentabilidade esteve presente de forma inédita no evento, com centenas de especialistas e dezenas de painéis discutindo o papel da tecnologia e da inovação para salvar o mundo da catástrofe climática.
E por último, o GovTech Summit, que aconteceu em Haia, na Holanda, e reuniu especialistas, gestores públicos e entusiastas da agenda govtech, ou seja, da colaboração entre startups e o setor público, especialmente no desenvolvimento de soluções para a sustentabilidade. O encontro deste ano foi ainda mais especial porque o BrazilLAB recebeu o prêmio "The GovTech Awards 2022", na categoria "Excelência no Apoio à Inovação", que contou com 64 inscrições de entidades de 17 países diferentes. Três grandes eventos, milhares de pessoas reunidas a discutir caminhos para salvar a humanidade da emergência climática. Tenho muitas razões para celebrar o protagonismo da inovação e da tecnologia neste debate. É absolutamente animador o reconhecimento de que as soluções digitais são a principal alavanca que poderá nos salvar da catástrofe. No entanto, como otimista pragmática, ressalto que já é passada a hora de sairmos das promessas e passarmos para a efetiva implementação de mudanças.
Estamos conscientes do problema, temos todos os recursos para enfrentá-los e estamos correndo contra o tempo. Que possamos estar atentos a essa emergência e saibamos cobrar ações efetivas de nossas lideranças.
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