Já não é mais novidade que empresas de GovTech estão transformando a gestão pública. No entanto, esse termo ainda soa como buzzword - ou seja, um chavão um pouco vago, sem uma definição precisa. Diante disso, é significativo o fato de o Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF) propor uma conceituação de GovTech: de acordo com a instituição, trata-se do ecossistema no qual governos colaboram com startups e outros agentes que usam inteligência de dados, tecnologias digitais e metodologias inovadoras para fornecer produtos e serviços que resolvam problemas públicos.
Essa definição implica uma mudança importante em relação à concepção atual. Em vez de se referir somente a um mercado, o entendimento de GovTech do CAF abrange um ambiente em que todos os atores e suas interações são reconhecidos como necessários para criar valor ao atendimento à população. E mais: o ecossistema e suas startups representam uma nova forma de parcerias público-privadas para absorver a inovação relacionada à transformação digital e aos dados por parte de governos, com o objetivo de aumentar a eficiência e a transparência.
Em texto publicado recentemente no portal Apolitical, Carlos Santiso e Enrique Zapata, respectivamente Diretor e principal especialista de Inovação Digital do Departamento de Governos do CAF, apresentaram um panorama atual de GovTech na América Latina.
De acordo com eles, esses ecossistemas e seus participantes já estão mostrando o impacto da inovação no setor público, especialmente nas cidades. Nessas localidades o impacto é mais relevante, uma vez que é nos municípios que cidadãos interagem diretamente com governos.
Santiso e Zapata listam algumas iniciativas que ilustram essa concepção:
Santiso e Zapata afirmam que, com seus produtos e serviços, essas empresas estão mostrando como os governos do futuro podem ser na América Latina. E ainda assim são apenas uma amostra do grande número de startups e scale-ups de GovTech que estão surgindo na região para ajudar a solucionar problemas em áreas como saúde, segurança pública e até turismo.
Para os autores do artigo, hoje, a maioria das peças do quebra-cabeça de GovTech já está no lugar certo. O próximo passo é trabalhar no sentido de posicioná-las de modo que resultem em políticas de inovação coerentes e abrangentes. Inúmeros governos na América Latina, em níveis federais e regionais, estão prestando mais atenção a isso, com a Colômbia emergindo na dianteira.
De acordo com uma pesquisa realizada pelo CAF, a partir de agora, as iniciativas devem abordar cinco fatores principais para obterem sucesso:
Em suma, Santiso e Zapata afirmam que o momento é muito favorável para que governos latino-americanos abracem o paradigma de GovTech como parte de sua evolução rumo a um setor público mais inteligente. De acordo com eles, ao tomarem tal rumo, esses governos poderão entregar serviços públicos com muito mais agilidade.
O BrazilLAB vem buscando formas de facilitar a contratação de tecnologia pelo setor público, sendo sua última iniciativa a criação do Selo GovTech, que certifica startups como capacitadas e aptas a trabalharem e venderem para diferentes órgãos do governo. Ao ser aprovada no processo e obter o Selo GovTech, a startup passará a fazer parte de uma rede de empreendedores que possuem soluções tecnológicas para diversos desafios dos governos! Clique aqui e saiba mais.