Tecnologias para governo e para redução das desigualdades estão em voga hoje e cada vez mais acelerando o processo de transformação digital na administração pública. E na assistência social não poderia ser diferente. Em um país considerado o sétimo mais desigual do mundo, o uso de novas plataformas e inovações são imperativas para fazer frente ao crescimento da desigualdade e das demandas da população mais pobre do Brasil.
A Assistência social no Brasil é para todos que dela necessitar. Esta é a máxima da política nacional de assistência social que vem trabalhando para atender as necessidades da população mais vulnerável do país. O artigo 2º, da Lei 8.742/93, em sua nova redação, estabeleceu que a Assistência Social tem por objetivos a proteção social, com o intuito de garantir a vida, a redução de danos e a prevenção da incidência de riscos. Mas como garantir a efetividade desta política que está olhando hoje para mais de 1/3 da população brasileira.
Segundo dados do Cadastro Único do governo federal são mais de 75 milhões de pessoas vivendo com renda percapta de até ½ salário mínimo para garantir as despesas com moradia, alimentação, medicamentos e demais gastos e necessidades mínimas de sobrevivência.
Nesta dimensão e com tamanha responsabilidade o uso de tecnologias e a efetiva gestão da informação se apresenta não só como estratégia, mas como condição para garantir a efetividade e o alcance dos objetivos do SUAS no Brasil. A Norma operacional básica do SUAS define que a gestão da informação no SUAS tem como finalidade a produção de condições estruturais para as operações de gestão, monitoramento e avaliação desta política e tal condição gerou inclusive em 2007 o projeto denominado Rede SUAS que previu a criação de sistemas para garantir a organização e sistematização destes dados.
Considerando a escassez de recursos humanos e financeiros destinados a assistência social no país, financiada basicamente por recursos públicos, vemos emergir a demanda por soluções que permitam maior conhecimento das demandas dos territórios e das famílias para otimizar a utilização dos recursos e maximizar os resultados das ações e políticas públicas.
Cresce aí também o espaço para atuação das govtechs que percebem aí um mercado em crescimento e que vem passando por uma forçada transformação digital nos últimos meses. O uso de tecnologias é hoje um caminho sem volta e porque não dizer o único caminho para criação de oportunidades, redução das desigualdades e garantia de um país mais justo para todos.