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Mais participantes, mesmo com desafios específicos: confira o balanço das inscrições no programa de aceleração de 2018

Neste ano, os challenges estão mais complexos. Mesmo assim, houve um aumento de startups inscritas, o que mostra um interesse crescente por GovTech
Em 31 de October de 2018

Recentemente, encerraram-se as inscrições para o programa de aceleração do BrazilLAB de 2018. Os números finais foram expressivos, até porque demonstraram um interesse crescente, por parte de startups, de gerar impacto e valor no setor público, inovando nos serviços prestados à população.

Antes de analisar esses dados, vale recapitular o objetivo, os desafios e a premiação do programa deste ano: com a aceleração, o BrazilLAB pretende apoiar startups a construir um plano B2G (Business to Government), a fim de criar cases de conexão do ecossistema de inovação com o setor público.

Os desafios que as empresas selecionadas devem resolver pertencem às seguintes áreas: Saúde, Gestão de Pessoas, Meio Ambiente, Inclusão Social, Educação Empreendedora e Segurança & Cybersecurity. Confira os challenges de cada área neste texto do nosso blog.

Como premiação, os selecionados receberão:

  • Apoio na implementação da solução no setor público (180 dias gratuitos);
  • Investimento mandatório de R$50k a R$200k, em troca de 2% a 8% de equity;
  • Bolsa terrestre na Missão Vale do Silício (para o 1º lugar)

 

Aumento em relação ao ano passado

Apesar de enfrentarmos um cenário político instável em 2018, registramos 265 inscrições para o programa de aceleração. Trata-se de um aumento em relação ao ano passado, quando tivemos 252 empresas inscritas -- e vale ressaltar que, de 2016 para 2017, o aumento já havia sido de 82%.

"Mesmo em um cenário político instável que estamos vivendo, as startups e os empreendedores continuam mirando atuar com o Governo. O número de inscrições que recebemos é um ótimo indício que a pauta GovTech segue crescendo", destacou Letícia Piccolotto, Founder do BrazilLAB.

As inscrições vieram de 22 Estados e Distrito Feredeal, com destaque para os estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia. Em relação à distribuição geográfica das startups inscritas, temos:

  • 95 cidades representadas
  • 48 cidades do Sudeste
  • 18 cidades do Nordeste
  • 16 cidades do Sul
  • 07 cidades do Centro-Oeste
  • 06 cidades do Norte

Tivemos, também, duas inscrições internacionais: uma empresa vinda do Panamá e outra de Porto Rico.

Para Nathalia Doné, Agente de Aceleração do BrazilLAB, trata-se de um aumento significativo porque os desafios tiveram temáticas mais específicas do que em 2017. “Mesmo em áreas amplas, como Saúde e Educação, focamos em resolver dores específicas do setor público,” afirma ela. Em outras palavras, os desafios tornaram-se mais complexos, o que valoriza o aumento de inscritos.

Lembrando que, dessas 265, 30 empresas serão selecionadas para o programa de aceleração.

 

Mais empresas maduras

Em relação ao ano passado, também foi maior o número de empresas escritas que já estão faturando (31% das inscritas em 2018) -- ou seja, startups em estágio mais maduro do que aquelas que estão na fase da ideia (25% das inscritas) ou do MVP -- Minimum Viable Product (44% do total).  

Segundo Nathalia, esse aumento também deve ser celebrado, porque representa que mais empresas com produtos e serviços testados e aprovados demonstraram interesse em gerar impacto trabalhando com o poder público. A área com a maior participação de startups nesse estágio foi a de Gestão de Pessoas (49%, ou 20 das empresas inscritas), seguida por Segurança/Cybersecurity e Inclusão, empatadas com 36% (correspondente a nove empresas de Segurança e 14 de Inclusão).  

 

A desigualdade de gênero, ainda segue como um desafio

Um dado das inscrições chamou a atenção, mas pelo lado negativo: o baixo número de empreendedoras inscritas. Foram 60 mulheres (22%), diante de 205 homens (78%). É muito pouco, mas se trata de “um reflexo do ambiente empreendedor, já que ainda existem barreiras econômicas e sociais,” de acordo com Nathalia.

Por outro lado, existem avanços que vêm contribuindo para reduzir essa disparidade. Ainda que acanhado, existe um aumento no número de mulheres empreendedoras em relação ao passado.

 

Próximos passos

De dezembro deste ano a março de 2019, as trinta empresas escolhidas vão receber mentoria e apoio para desenvolvimento e validação de modelo de negócio, além de entrarem em contato com gestores públicos, investidores e startups que já atuam no setor. Ao final do processo, as selecionadas vão apresentar um pitch para uma banca de investidores e especialistas, que irão eleger os melhores projetos. Os vencedores receberão um contrato de investimento que pode variar de 50 a 200 mil reais, além de apoio do BrazilLAB para a implementação das soluções em governos.

O BrazilLABacelerou 26 startups desde a primeira edição do programa. Entre os projetos que passaram pela aceleração estão o CUCO Health, aplicativo que atua como enfermeira digital e vem ajudando a reduzir filas nas Unidades Básicas de Saúde de Juiz de Fora (MG), e a MobiEduca.me, plataforma de combate à infrequência escolar que reduziu a evasão em 76% em escolas do Piauí.

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