"Brasil ocupa 4ª posição no Índice GovTech e pode dar um salto ainda maior", diz Diretor do CAF

Em apresentação para o 4º Demoday do BrazilLAB, Carlos Santiso compartilhou experiências e aprendizados sobre a agenda GovTech, destacando a relevância do Brasil no tema
Em 03 de September de 2020

Em versão inédita 100% online, o Demoday do BrazilLAB contou com a participação de Carlos Santiso, Diretor de Inovação Digital em Governo do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), eleito pela Apolitical como uma das 100 pessoas mais influentes na Agenda de Governo Digital. Ele liderou a construção do Índice GovTech 2020, publicação da CAF que buscou avaliar a maturidade dos ecossistemas de inovação tecnológica dos governos de 16 países iberoamericanos, dentre eles o Brasil. O BrazilLAB participou ativamente do projeto, com o envolvimento do Diretor do Programa de Aceleração, Guilherme Dominguez.

Segundo Carlos Santiso, o Brasil ocupa uma posição de destaque no índice, tendo sido avaliado em 4º lugar, estando à frente de países de destaque na agenda de transformação digital de governos, como México e Colômbia. Embora o cenário seja positivo, é possível (e necessário) ir além.

 

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Ecossistema GovTech: do que se está falando?

A agenda de transformação digital dos governos levou a constituição de ecossistemas GovTechs: espaços em que startups, pequenas e médias empresas e governos atuam conjuntamente na busca de soluções inovadores que permitem a resolução de problemas públicos. Ele é caracterizado por 3 elementos: a demanda pela resolução de problemas, a oferta de soluções tecnológicas e a estrutura de compras públicas, que regula a relação entre esses dois atores, público e privado.

“GovTech é a união de dois mundos que não se encontrariam: as burocracias governamentais, com sua lentidão, e as startups, com sua agilidade. Nestes ecossistemas eles se encontram, e as startups têm a oportunidade de oferecer serviços com impacto social e valor público, ao passo que os governos têm a oportunidade de melhorar a vida das pessoas”, destacou Carlos Santiso.

Com a pandemia, houve a aceleração da agenda digital, especialmente nos governos, e os ecossistemas GovTechs passam a ser ainda mais fundamentais: precisaremos de soluções efetivas, ágeis e inovadoras para resolução de problemas.


GovTech no Brasil

O Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), com o trabalho do GovTechLab, tem apoiado o desenvolvimento da agenda GovTech, a partir da construção de conhecimento, da cooperação em experiências inovadoras e também no investimento em experiências GovTechs, sobretudo junto a startups. No primeiro pilar, conhecimento, Carlos Santiso destacou a publicação do Índice GovTech, do qual o Brasil ocupa a 4ª posição entre 16 países ibero-americanos.

O relatório aponta descobertas e recomendações sobre o ecossistema no Brasil. Segundo a CAF, somos o país com a maior diversidade de empresas GovTechs em toda a América Latina, além de termos um compromisso com a digitalização de serviços e com mudanças regulatórias necessárias para fomentar a aquisição de soluções inovadoras de base tecnológica pelo setor público.

Por outro lado, dentre as recomendações trazidas pela pesquisa, está a necessidade de criar mecanismos de financiamento para a inovação tecnológica, por exemplo, a partir da criação de fundos de capital de risco ou de investimento público. Além disso, para avançar na constituição de um ecossistema fortalecido, será necessário o aprimoramento das infraestruturas digitais, assim como um trabalho efetivo em prol da construção da confiança cidadã. Por fim, um esforço em prol de reformas regulatórias que visem a aprovação de leis que promovam o trabalho das GovTechs. São exemplos desse esforço uma legislação para compras públicas de inovação tecnológica e também o Marco Legal de Startups.


Perspectivas para o futuro

Sem precedentes, a crise atual trazida pela pandemia de coronavírus acelerou muito a transformação digital dos governos. Muitas das barreiras que haviam antes e que dificultavam reformas centrais para a agenda de transformação digital hoje não existem. Vivemos também um momento de grandes oportunidades, caracterizado por maiores investimentos públicos em soluções tecnológicas e pela abertura de empreendedores em trabalhar com os governos.

O mercado de GovTech vai se fortalecer e nos próximos anos se tornará mais atrativo para investidores, empreendedores e gestores públicos. Ele tem mostrado uma realidade fundamental: é possível trabalhar gerando impacto e valor público, ao mesmo tempo em que se mantém um negócio que seja lucrativo e com retorno financeiro. O cenário futuro é muito positivo.

Carlos Santino destacou a liderança do BrazilLAB como organização que fomenta a pauta GovTech na região, especialmente como aceleradora e incubadora de ideias inovadoras que possam apoiar governos a enfrentar seus desafios. Ao final, relembrou a importância de promover a agenda GovTech nos países, ao defender que esse é um esforço que tem como objetivo principal o de melhorar a vida das pessoas.

 

Confira a participação de Carlos Santiso no DemoDay do BrazilLAB 

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