Quando o assunto é GovTech, 2019 foi produtivo em diferentes aspectos. No âmbito nacional, a pauta da inovação no setor público parece ter entrado definitivamente na agenda de governantes, com importantes iniciativas adotadas por gestores de esferas municipais, estaduais e federal. Houve implantações de soluções inovadoras desenvolvidas por empreendedores em diversas cidades brasileiras, e foram observados avanços nas legislações de estados e do país.
No âmbito global, 2019 foi, definitivamente, o ano em que GovTech entrou na agenda de investidores e governos. De acordo com este artigo (disponível em inglês) publicado no portal Apolitical, por Carlos Santiso, Diretor de Governança do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), é unânime a percepção de que a tecnologia está transformando e desafiando governos ao redor do mundo.
O Reino Unido já havia criado uma área de governo específica para o assunto (Serviço Digital de Governo), o que ajudou a economizar cerca de 4,5 bilhões de dólares entre 2012 e 2015. Os EUA, a Suécia e outros países já tomaram iniciativas semelhantes. A Espanha está investindo em um amplo programa de identificação digital, e é conhecido o caso de sucesso de Portugal em GovTech. De acordo com Santiso, mais de 200 cidades em todo o mundo adotaram iniciativas relevantes de inovação no setor público em 2019.
De volta ao Brasil, nós nos orgulhamos de nossa contribuição para os avanços observados por aqui, que se deu em diferentes níveis. No caso das implementações, destacamos por aqui a experiência da PGS Medical, de Alagoas, que se tornou a primeira startup de saúde público-privada do país. Houve também o caso da 4MTI, que vendeu inovação para o Ministério Público de MG, e o da Mobieduca.me, que está transformando a educação do Piauí por meio da tecnologia, entre outros.
Essas empresas receberam o Selo GovTech, que foi mais uma importante iniciativa do BrazilLAB neste ano. O Selo certifica startups como capacitadas e aptas a trabalharem e venderem para diferentes órgãos do governo, ou seja, como sendo uma GovTech. É uma forma de ampliar o número de empresas preparadas para promover a inovação no setor público.
Além disso, tivemos o nosso 3º Ciclo de Aceleração, com 33 startups participantes, seis finalistas e três vencedoras - sendo que, entre elas, muitas já vendem inovação para governos.
Outra iniciativa que merece destaque foi a criação de uma biblioteca de cases de inovação. A nova área será sempre atualizada com exemplos bem-sucedidos de inovação no setor público do Brasil e de fora. Por fim, tivemos a publicação de importantes estudos, como o Panorama da Transformação Digital e a análise de impacto da transformação digital na Previdência Social.
Olhando para frente, 2020 também deve ser positivamente agitado. A partir de janeiro, terá início o 4º Ciclo de Aceleração do BrazilLAB - confira aqui as 28 selecionadas e a agenda do Programa. No segundo semestre, teremos a segunda edição da Conferência GovTech Brasil, o principal evento dedicado ao tema da América Latina. E, também no segundo semestre, o país terá eleições municipais, que podem influenciar - positiva ou negativamente - a transformação digital por aqui.