Enfim, chegou o grande dia. Depois de três meses de mentorias, palestras, workshops e muito trabalho, as seis startups finalistas apresentaram suas soluções de inovação para o setor público no DemoDay, o evento que concluiu o 3º Ciclo de Aceleração do BrazilLAB. Confira os vencedores no final desta matéria.
O auditório da Unibes Cultural, em São Paulo, estava lotado para conhecer as vencedoras e para acompanhar a palestra de Beth Blauer, Diretora Executiva e Founder do GovEx – Centro de Excelência para Governos da Universidade Johns Hopkins (EUA). Prefeitos e representantes de 21 municípios, de governos estaduais e da união, empreendedores, pesquisadores e especialistas em inovação reuniram-se neste evento que foi mais um importante marco de GovTech no país.
Na abertura do evento, Cristina Gonçalves e Guilherme Dominguez contaram sobre o processo de aceleração: foram 33 startups selecionadas, 31 que concluíram o ciclo, 20 escolhidas para a banca pitch e seis finalistas no DemoDay. Dessas, três seriam eleitas pela banca formada por prefeitos e especialistas – e uma seria a grande vencedora.
A palavra foi passada a Letícia Piccolotto, Founder do BrazilLAB. Ela destacou que o DemoDay é o momento mais importante do programa, por três motivos: “primeiro, porque é o reflexo de tudo o que foi desenvolvido ao longo dos últimos três meses. É quando gestores públicos veem o alcance real das soluções desenvolvidas pelas startups. Depois, porque marca meu retorno – tive meu terceiro filho em dezembro do ano passado e perdi o ‘melhor da festa’. Mas foi gratificante ver como o processo está estruturado, despersonificado, e como está escalando. O terceiro e último motivo é porque o BrazilLAB está comemorando 3 anos de atuação”.
O terceiro motivo é realmente especial. “É o aniversário do BrazilLAB. Em março, completamos três anos. Quando começamos, em 2016, tínhamos a vontade de impactar o setor público por meio da inovação. Na época, conheci casos de cidades do mundo se transformaram ao se abrirem para o diálogo com startups. Eu estava inquieta. Como não encontrei por aqui um programa para fomentar a inovação no setor público, pensei: ‘bora criar!’”, destacou.
Então, Letícia apresentou os resultados desse trabalho nos últimos três anos: mais de 650 startups inscritas nos programas de aceleração; 55 startups aceleradas; 14 soluções de GovTech rodando em estados e municípios. Destacou outra importante frente de trabalho, a mobilização da sociedade sobre a pauta de GovTech. “Foram mais de 100 eventos realizados, mais de 3.600 empreendedores impactados e mais de 45 mil pessoas alcançadas via redes sociais”, contou ela.
E concluiu sua apresentação com novidades importantes. Como o lançamento do Selo GovTech, a primeira certificação de startups GovTech no Brasil. De acordo com Letícia, trata-se de uma plataforma onde estarão “os empreendimentos que podem solucionar os desafios da gestão pública”.
A segunda novidade foi o anúncio do lançamento do Panorama de Transformação Digital no Brasil, amplo estudo que apresenta o cenário atual e os principais desafios para a transformação digital do país.
Após a apresentação da founder do BrazilLAB, foi a vez de as startups subirem ao palco. Cada uma teve cinco minutos para o pitch, e dez para responder perguntas da banca. Veja quais foram, de acordo com os desafios propostos no programa de aceleração:
Neste campo, tivemos a Fábrica de Negócio, representada por Hamilton Alves. Ele apresentou o FN Payroll Audit, solução de Mineração de Dados que utiliza Inteligência Artificial para realizar auditoria na folha de pagamento de órgãos públicos – contribuindo para melhores práticas e o bom uso dos recursos públicos.
A representante desse desafio foi Carla Zeltzer, do FazGame – um software lúdico e intuitivo de criação de games educacionais a ser aplicado em escolas. De acordo com ela, a solução permite que crianças e jovens participem do desenvolvimento do produto final, pois não há a necessidade de conhecimento em design ou programação.
Duas startups finalistas atacaram esse desafio. A primeira foi o GESUAS, de Igor Coelho. Ele apresentou a plataforma para gestão integrada do prontuário do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). E destacou que, com a solução, é possível fazer o registro de todas as informações de atendimentos às famílias, gerando informações em tempo real e de forma territorializada para a gestão pública.
A segunda foi o app SmartSíndico, representado por Guilherme Ferreira. O empreendedor mostrou os benefícios da solução, que fornece, aos síndicos de condomínios de Habitação de Interesses Social (CDHU, Cohab, Cingapura, Minha Casa Minha Vida e outros), ferramentas necessárias para a correta administração condominial de forma simples, barata, prática e eficiente.
A Lunix, do empreendedor Fernando Ferreira, atacou este desafio. Ele apresentou o sistema que gerencia e direciona a iluminação pública – atuando de acordo com as informações geradas pelos sensores, como movimentação de pedestres e veículos e a luminosidade local.
Por fim, foi a vez de Rodolfo Lira, da UpSaúde, subir ao palco. Ele apresentou os aplicativos desenvolvidos pela empresa para processar e disseminar, para órgãos públicos, informações sobre pacientes de modo a otimizar o atendimento à saúde.
Após o pitch das startups, Beth Blauer subiu ao palco para compartilhar sua trajetória à frente do GovEx, órgão que vem disseminando práticas de GovTech pelo mundo. Você pode conferir mais detalhes da palestra dela neste texto.
Então, Guilherme Dominguez e Cristina Gonçalves voltaram para o anúncio das três vencedoras. Foram elas:
1º lugar: GESUAS
2º lugar: Fábrica de Negócio
3º lugar: UpSaúde
Como premiação, a startup receberá um investimento, desenvolverá um piloto em uma das prefeituras parceiras do BrazilLAB e ganhará uma viagem internacional para imersão. E assim foi concluído um novo ciclo de aceleração do BrazilLAB. Mais do que isso: foi dado um novo e importante passo rumo à transformação digital do setor público no país.
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